terça-feira, 22 de julho de 2014

Alunos especiais de escola de Santa Maria (DF) terão oficina de educação ambiental sobre o Cerrado

Parque ecológico do Centro de Ensino Especial 01 (CEE01)

Cerca de 120 alunos portadores de necessidades especiais do Centro de Ensino Especial 01 (CEE01) localizado na cidade satélite de Santa Maria (DF) receberão educação ambiental, no dia 23 de julho (quarta-feira), de forma adequada às condições de aprendizado das quais dispõem. A ideia é de que eles também sejam incluídos na proposta de preservação ambiental que será repassada em forma de oficinas pelo Projeto Semeando o Bioma Cerrado, patrocinado pela Petrobras. As oficinas serão realizadas a partir das 8 horas na Casa de Festas e Eventos Estrela D, a três quilômetros de Santa Maria, pela BR-040 (mapa abaixo).

Depois de receberem, em abril deste ano, uma oficina de educação ambiental focada em métodos de aplicação dos instrumentos de preservação em sala de aula, mesmo com alunos especiais, os 80 professores do Centro de Ensino, entenderam que seria importante desenvolver atividades práticas com os alunos também. A base é a proposta de preservação do Cerrado um dos objetivos da Rede de Sementes do Cerrado por meio do projeto Semeando o Bioma Cerrado.

Metodologia – A metodologia aplicada na oficina será a ecopedagogia que trabalha com a fundamentação teórica da “cidadania planetária”. Segundo a responsável pela educação ambiental do Semeando o Bioma Cerrado, Mary-Lucy Souza, a ideia é dar sentido para a ação do homem enquanto ser vivo que compartilha com as demais vidas a experiência do planeta Terra. Trata-se da pedagogia orientada para a aprendizagem do sentido das coisas a partir da vida cotidiana. “Há a busca da educação que privilegia processos reflexivos, criativos e críticos”, completa.

As oficinas propostas permitem que os alunos percebam-se como sujeitos ativos de sua própria aprendizagem, pois os participantes são estimulados nas dimensões da mente e do corpo, das emoções e sentimentos, integrando-se ao meio.

O local foi escolhido porque a infraestrutura permite o acesso dos alunos especiais, possui amplo espaço, favorece a integração necessária e dispõe da segurança adequada às demandas dos estudantes, respeitando suas limitações. Os pais dos alunos também foram convidados a acompanhar este dia de atividades.

Expectativa – Na ocasião da oficina para professores, a diretora da escola, Cláudia de Fátima Borges, foi objetiva: Não tem como não acolher a proposta de preservação do projeto Semeando o Bioma Cerrado. Aqui, temos aluno que se acalma embaixo das árvores da escola quando em surto e esta reação é visível.

Deficiências – O Semeando o Bioma Cerrado sugere nova abordagem na transmissão das disciplinas da grade curricular, identificada com o ambiente dos alunos, o Cerrado.

De acordo com Mary-Lucy Souza, os alunos possuem variadas deficiências, desde a auditiva, de visão, de mobilidade e de concentração entre outras Por esta razão as atividades vão variar de acordo com as características dos alunos, “vamos monitorar alguns aspectos também como o tempo de atenção dedicado para cada atividade, por exemplo”.

Mary estima que serão pelo menos 6 oficinas, diferente dos outros encontros, por uma questão logística. “Os grupos precisam ter menos alunos, uma vez que eles precisam de mais atenção”, explica ao adiantar que haverá oficina de pintura de rosto com inspiração nos animais do Cerrado, atividades físicas com referência ao movimento da fauna do Cerrado, levando-os a refletir e tentar reproduzi-los. Também devemos produzir uma trilha senso perceptiva nesta casa de festas, utilizando folhas, sementes e outros elementos do Cerrado, adianta.

“Mas tudo terá o apelo da inserção. Inserção não se dá somente no âmbito econômico”, salienta ao revelar que “a ansiedade dos gestores do projeto e professores sobre o que poderá gerar de resultado também é grande e vamos medir por meio de fotografias as expressões o comportamento e colheremos depoimentos dos professores”.

Legislação – O coordenador do projeto Semeando o Bioma Cerrado, Rozalvo Andriguetto, lembra que a introdução da educação ambiental na rotina dos processos pedagógicos tem princípios definidos na Política Nacional de Educação Ambiental, por meio da Lei nº 9795/99; na Política Distrital de Educação Ambiental, por meio da Lei nº 3233/06; nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s); na Carta da Terra e nas metas para o milênio estabelecidas pela ONU.

Ações de educação ambiental, destaca Andriguetto, estão entre as metas do Projeto que, além de levar a conscientização e a sensibilização da importância do Cerrado para 886 pessoas no período de dois anos, também irá catalogar 3.600 árvores matrizes do bioma Cerrado; demarcar 60 áreas de cerca de 10 hectares cada como área preservada; restaurar cinco hectares de áreas já degradadas; e capacitar tecnicamente 390 pessoas diretamente para o exercício das atividade de produção e comercialização de sementes e mudas florestais de espécies nativas em condições ambientalmente corretas e economicamente sustentáveis.

Fonte: Projeto Semeando o Bioma Cerrado

EcoDebate, 22/07/2014

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