Para os mais velhos o melhor medicamento é aquele à base de planta, mas nem sempre esses medicamentos proporcionam uma forma saudável ao usuário. Quem nunca ouviu falar em chá de boldo, erva cidreira, sambacaitá, capim santo e outras ervas medicinais que as pessoas, e principalmente os idosos fazem uso sem a prescrição médica para tratar doenças crônicas a exemplo de hipertensão, diabetes, obesidade, dores de estômago e doenças do dia a dia.
Em virtude do grande uso dessas ervas e pensando na Política do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicas (PNPMF), o grupo de pesquisa da Universidade Federal de Sergipe (UFS) criou um projeto para estimular à prática de medicamentos fitoterápicos nas 43 unidades básicas de saúde de Aracaju. Este projeto vem sendo executado desde 2013 com a participação de 18 integrantes, entre eles alunos de doutorado, mestrado e extensão.
A pesquisa sobre “O levantamento de uso de plantas medicinais como estratégia para implementação da fitoterapia no município de Aracaju” foi desenvolvida com o apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica ( Fapitec/SE) em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde ( SES) . O objetivo é a implantação desses medicamentos nas unidades básicas de saúde baseada numa prescrição médica de acordo com a lista do Sistema Único de Saúde (SUS). Está sendo testado na unidade do SUS localizada no bairro Sol Nascente, onde já existem médicos que prescrevem esses medicamentos na unidade básica de saúde.
Segundo a professora Franscilene Amaral, a pesquisa surgiu de uma demanda do Núcleo de Análises e Pesquisas em Políticas Públicas ( NAPs) da Secretaria do Estado da Saúde ( SES ) para realizar um levantamento de dados de todas as plantas nas 43 unidades de saúde de Aracaju e que se observou o aumento do consumo dessas ervas. De acordo com a pesquisa, 60 % dos idosos que são portadores de doenças crônicas faziam o uso de plantas. “Observamos um grande número de usuários que não utilizam essas plantas, onde o paciente não informava o prescritor e isso é um dado grave”, destaca.
Ainda de acordo com a pesquisadora, o projeto de pesquisa busca levar para as unidades a Política do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicas (PNPMF), onde o Governo Federal determina que os postos de saúde prescrevam plantas com base na lista do SUS e que também estimule a plantação das hortas com espécie de plantas fitoterápicas nas unidades de saúde.
Segundo o doutorando Carlos Adriano, os usuários utilizam a mesma planta independente da região onde mora. “A maioria das pessoas aqui em Aracaju utiliza muito o sambacaitá, boldo, erva cidreira isso tem relação com a cultura local”, explica. Ainda de acordo com Carlos Adriano é importante saber se o chá da planta junto com a medicação alopática vai acarretar algum problema de saúde que possa constituir em um efeito colateral. “É preciso que os usuários saibam se pode utilizar esses medicamentos de forma contínua e quais as plantas a serem utilizadas”, acrescenta.
A utilização de plantas medicinais são recorrentes devido ao uso de medicamentos alopáticos. Muitos pacientes utilizam um famoso “chazinho” para aliviar algum mal estar ou sintonas causados pelo próprio medicamento. O profissional de saúde pode orientar as pessoas a fazer o uso de plantas medicinais, desde que seja de forma racional. “O projeto de pesquisa busca um diagnostico da utilização desses medicamentos junto com a Secretaria do Estado da Saúde (SES) para orientar a todos os profissionais de saúde quanto ao medicamento alopático, que muitas vezes está fazendo mal ao paciente e diante disso o usuário recorre fazer o uso de plantas sem orientação médica”, afirma a pesquisadora Franscilene Amaral.
Medicamentos
De acordo com o Ministério da Saúde (MS), a lista é composta por 12 medicamentos fitoterápicos à base plantas que são oferecidas para 14 Estados brasileiros. Os produtos são distribuídos no Acre, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Góias, Pará,Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo,Tocantins, Distrito Federal. Entre eles estão uns dos mais conhecidos em Sergipe como Aloe vera (Babosa) para o tratamento de psoríase e queimaduras, Schinus terebinthifolius (Aroeira) serve para tratamento anti-inflamatório, cicatrizantes e de uso ginecológico e a Mentha piperita (Hortelã) para tratar da síndrome do cólon.
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