terça-feira, 23 de setembro de 2014

Terra de Vidas – Sistemas Agroflorestais no Semiárido Pernambucano

Estudo de Sistemas Agroflorestais é feito através de intercâmbios / Foto: Carlos Magno

Por Carlos Magno (coordenador local do Centro Sabiá no Agreste)

Ao longo das ultimas quatro décadas as famílias camponesas do Semiárido pernambucano vêm percebendo a queda do índice de chuvas anuais e, sobretudo, a instabilidade no regime de chuvas. Essa situação tem uma relação direta com a Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, visto que os camponeses não têm reservas de recursos financeiros para custear grandes mudanças nas estruturas. Um outro fator são as pequenas terras que eles possuem. Somados, estes conjunto de fatores tem puxado a produção de alimentos para baixo.

Segundo dados do Instituto Agronômico de Pernambuco – IPA, nos territórios do Sertão do Pajeú e Agreste, onde o Centro Sabiá tem ações no Semiárido, as chuvas em 2012 chegaram a 26% no Pajeú e 29% no Agreste. Se comparadas ao mesmo período do ano de 2011 esses problemas estão reduzindo drasticamente a capacidade produtiva e econômica e consequentemente, como em torno de 70% da força de trabalho no semiárido esteja vinculada a produção familiar, as pessoas migrarão novamente em busca de trabalho nos centros urbanos, leia-se, possibilidade real de novo êxodo rural.

Desde 2013 o Centro Sabiá e a ONG CAATINGA com o apoio do Fundo Nacional de Mudanças Climáticas/Ministério do Meio Ambiente (FNMC/MMA), vêm desenvolvendo o projeto Terra de Vidas – “Sistemas Agroflorestais (SAFs), no Combate a Desertificação e na Adaptação às Mudanças Climáticas no Semiárido”. O projeto tem como principal objetivo implantar 200 sistemas agroflorestais entre o Sertão do Araripe e o Agreste Setentrional, onde serão plantadas aproximadamente 170.000 mudas de diversas espécies diferentes, sobretudo plantas nativas.

Dentro deste projeto há uma pesquisa com 15 Sistemas Agroflorestais, que estão sendo estudados em sete municípios, estes SAFs já são assessorados pelo Centro Sabiá e pelo CAATINGA e já são propriedades de referência. Este estudo tem como objetivo mostrar que os SAFs resistem as mudanças climáticas com uma produção mais estável do que os sistemas mais convencionais, na pesquisa estão envolvidos jovens de diversos municípios que botaram a mão na massa para pesquisar, medindo as propriedades e fazendo o levantamento de cada parcela das áreas.

Link:

Nenhum comentário:

Postar um comentário