Texto:
Acadêmica de Medicina Veterinária da UNIGUAÇU - Greyka Maria Francceschini Pavarin
Engenheiro Agronômo: Marcos Roberto Furlan
Apesar de ser originária da Europa, é no Paraná, hoje disparado o maior produtor de camomila no Brasil, que rebrota quase que espontaneamente em suas regiões de clima mais frio (em outras regiões, desde que tenha uma época mais fria, acontece o mesmo), porém, exigindo, ser semeada uma primeira vez.
As sementes que caem no chão, por nascerem na presença da luz, germinam anualmente em uma época propícia, geralmente no outono. Se o terreno for inclinado, devido às chuvas, a plantação de camomilas vai se deslocando para locais mais baixos.
A camomila, cujo nome científico é Matricaria chamomilla (sinonímia Matricria recutita), já é bem estudada em relação às aplicações em seres humanos, como, por exemplo, quanto às ações antiespasmódica, antioxidante e antibactericida, e para tratamento das úlceras intestinais e gástricas, da gastrite, dos espasmos gastrintestinais e das inflamações intestinais. Dentre seus princípios ativos, destacam-se, por exemplo, a cumarina umbeliferona, os flavonoides apigenina e quercetina; no seu óleo essencial, o chamazuleno e o alfa-bisabolol.
Alguns exemplos de pesquisas sobre o uso da camomila em animais
Quanto às indicações na Medicina Veterinária, apesar de muitos testes terem sido realizados em animais, são poucas as pesquisas direcionadas para aplicação em animais domésticos ou de produção.
Quanto à aromaterapia, pesquisas demonstraram que os extrato de lavanda e de camomila relaxam e aumentam o tempo de descanso em cães (GRAHAM et al., 2005).
Pesquisa específica sobre a aplicação de extratos de camomila em animais, por meio de testes in vitro, mostraram efeito acaricida em 100% das amostras, após 24 horas do contato contínuo com o decocto (MACCHIONI et al., 2004).
Zoppa et al. (2008) destacam que, apesar de não haver relatos sobre a utilização dos componentes da camomila em equinos, a lavagem com solução aquosa dessa planta pode ser benéfica na prevenção de infecções micóticas secundárias, ou mesmo como coadjuvante, no tratamento cirúrgico de granulomas fúngicos.
Em vacas, apesar de ser muito consumido, o uso oral deve ser evitado quando estiverem em período de gestação, pois pode ser abortiva.
Referências
GRAHAM, L.; WELLS, D.L.; HEPPER, P.G. The influence of olfactory stimulation on the behaviour of dogs housed in a rescue shelter. Applied Animal Behaviour Science, Elsevier, v. 91, n. 1-2, p. 143-153, 2005.
MACCHIONI, F. et al. Acaricidal activity of aqueous extracts of camomile flowers, Matricaria chamomilla, against the mite Psoroptes cuniculi. Medical and Veterinary Entomology, v.18, p. 205-207, 2004.
ZOPPA, A.L.V. et al . Obstrução nasal por granuloma fúngico em eqüino: relato de caso. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., Belo Horizonte , v. 60, n. 2, Apr. 2008 .
Usos tradicionais
Em relação ao uso popular em animais, a publicação de autoria do Médico Veterinário Jorge João Lunardi (Produção limpa e sadia de alimentos de origem animal - isentos ou com menos químicos), fornece as seguintes aplicações da camomila:
- em mastites fúngicas ;
- para vacas e porcas que não deixam mamar;
- nas rachaduras e nas feridas do úbere; e
- para problemas digestivos.
Autoria da foto: Greyka Maria Francceschini Pavarin
Local: União da Vitória, Paraná
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