segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Inserindo o meio rural no urbano, uma opção autossustentável

Data: 30.10.2013

Em busca de novos desafios e de qualidade de vida, algumas pessoas decidem migrar do meio rural para a cidade. Muitas vezes, o conhecido êxodo rural acaba por concentrar estas pessoas nas periferias da cidade e a situação delas não melhorar. No entanto, quando a decisão é planejada e organizada, os novos cidadãos têm sucesso na vida urbana.

Mas, apesar de estarem inseridos no meio urbano, o sentimento do interior permanece intrínseco em cada um. Quem morou no campo gosta do cheirinho de ar puro, pisar na grama ou até mesmo cultivar seu próprio alimento em uma horta.
A maioria das pessoas pensa que morando na cidade não terá espaço para estes detalhes, pois engana-se quem acha que isso é privilégio dos moradores das áreas rurais, e também daqueles que têm quintal em casa. Hoje em dia o rural pode estar inserido no urbano de forma muito prática, conforme explica a arquiteta Juliana Felippin. 

Viver bem em uma casa é adaptar-se perfeitamente aos hábitos e modo de vida de quem a habita. De acordo com a arquiteta, um amplo espaço não é pré-requisito essencial para ter uma horta. “É possível manter uma mini-horta e garantir uma produção autossuficiente de alguns alimentos em qualquer canto da casa ou apartamento”. As hortas podem ser montadas pelos próprios moradores e Juliana tem algumas dicas. “As culturas podem ser plantadas em vasos, em pequenos canteiros, em latas, de forma horizontal e até verticalmente - há a possibilidade de blocos de concreto específicos para estes casos”. 

“É claro que é preciso ter critério e um certo conhecimento das espécies para avaliar o que se pode plantar no espaço que você tem disponível. Não é possível cultivar melancias, jacas ou maçãs na varanda de seu apartamento, mas jabuticabeiras e romãzeiras se desenvolvem bem nesse tipo de ambiente. Ervas usadas como temperos (louro, manjericão, cebolinha, hortelã, erva-doce, alecrim, entre outras) podem ser cultivadas em pequenos vasos, até mesmo na janela de sua cozinha”. As ervas são as campeãs na preferência de hortas urbanas, primeiramente por serem fáceis de cultivar. 
Cultivar essas espécies de plantas coloca o morador próximo da natureza, e é uma forma de terapia e descontração. Também, favorecem o sabor de receitas e chás. Ervas, verduras e vegetais colhidos na hora estarão sempre frescos, livres de agrotóxicos e é uma forma de se auto sustentar. 

Para o cultivo bastam cuidados simples de manutenção. Como regar, expor as plantas ao sol pelo menos por quatro horas - “estes espaços podem ser criados em varandas abertas ou fechadas, em corredores, poços de luz e até na própria cozinha para pegar sol”, e acompanhar o desenvolvimento. 

E para que a horta ‘dê bons frutos’, é importante avaliar quais culturas serão plantadas e em que época. As diferenças entre estações, quanto à temperatura e volume de chuva devem ser verificados, servindo como base para um calendário de épocas de plantio. É importante se informar na hora de comprar as mudas e sementes e verificar se aquele tipo irá se adequar à horta.

A atenção também deve ser voltada ao solo. Ele é considerado um organismo vivo, interage com a vegetação em todas as fases de seu ciclo de vida e, por isso devem ser analisados em seus aspectos físico (textura e estrutura), químico (nutrientes) e biológico (organismos vivos existentes no solo).
Além das hortas, ou mini-hortas, outra forma de compor o cenário urbano com tendências do rural é o uso de móveis. Mais especificamente, os móveis rústicos. Juliana comenta que se vê muito hoje em dia a busca por estes móveis - muitas vezes trazidos de fazendas, casas antigas ou até mesmo de demolição de casas – para o dia-a-dia. “Com um valor em alta, os móveis rústicos ou de madeiras de demolição ganharam mercado na decoração. É uma forma de agradar todos os gostos e principalmente os adoradores do meio rural”. 

Os móveis e objetos fabricados com madeira de demolição carregam um forte caráter identitário e de temporalidade. “Se pudessem, cada peça contaria histórias de quando era uma janela ou o assoalho em uma casa interiorana, um dormente em uma estrada de ferro ou a grande porta de uma fazenda”. Segundo Juliana, alguns cuidados simples e a manutenção adequada garantem que este tipo de mobiliário perdure a beleza a qualidade com o passar dos anos.

Fonte: Redação Cruz Alta Online/João Pietro Bridi. Fotos: Galeria Casa e Jardim
LinK:

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