terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Cuidados a tomar com medicamentos, ervas e suplementos alimentares

Resumo do apresentado sobre o tema no Hepatologia do Milênio 2013

19/07/2013 

Existem em comercialização mais de 1.100 medicamentos que são potencialmente hepatotóxicos, os quais devem ser tomados com muitos cuidados por quem tem alguma doença que ataca o fígado. Nunca um medicamento deve ser ingerido ou aplicado sem antes consultar o médico 

O que é hepatotoxicidade: 

A hepatotoxicidade é uma lesão hepática causada por ingestão, inalação o administração parenteral de agentes farmacológicos ou químicos. 

Qualquer droga tem o potencial de hepatotoxidade, dependendo da dose, da idade, do sexo, do estado nutricional, do ambiente, da individualidade. 

Entre pacientes maiores de 50 anos hospitalizados com hepatite aguda 43% têm causa tóxica. 

Hepatotoxicidade por suplementos alimentares 

Suplementos alimentares são compostos naturais cuja função é complementar uma dieta normal, fornecendo proteínas, carboidratos, vitaminas, fibras e sais minerais. 

Geralmente são usados por atletas de grande performance, praticantes de atividades físicas, (perder ou aumentar peso), portadores de deficiências nutricionais. 

Também, alegando "falta de tempo" as pessoas que não se alimentam corretamente, usam os suplementos como complementares de proteínas e vitaminas necessárias a uma boa dieta. 

Durante o congresso uma das apresentações alertava sobre problemas causados em portadores de alguma doença hepática que utilizaram Herbalife. Foram citados cinco publicações científicas que relatam os problemas causados: 

- J. Hepatology vol 49 ; 2; 291-293- 2008.
- J. Hepatology vol 49; 2; 293-294;2008. 
- J Hepatology vol 50 ;1; 111-117; 2009. 
- J. Hepatology vol 47; 4; 514-520;2007.
- Mais de 34 casos de dano hepatocelular + hepatite portal com colestase (Aliment Pharmacol 2013; 37: 3-17). 

Dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas - SINTOX 2010 - do Ministério da Saúde registram 8.501 casos de intoxicações por plantas no Brasil de 2004 a 2008, desses 12,4% usavam as ervas com intenção de cura. 

Foi lembrado que os idosos são mais suscetíveis a interações medicamentosas (96,6% desconhecem o risco) devido à diminuição da função renal e hepática, das quais depende a depuração dos fármacos, ervas e suplementos. 

O consumo de ervas e suplementos alimentares é muito elevado em infectados com hepatite C. A propaganda anunciando que por ser natural é isento de risco é uma mentira. Não por ser natural é inofensivo. Veneno de cobra é natural e mata. 

Está comprovado que algumas ervas prejudicam o tratamento da hepatite C, diminuindo o efeito dos medicamentos. Existem muitas duvidas em relação ao efeito das ervas e suplementos sobre os novos medicamentos, como os inibidores de proteases e os futuros medicamentos orais. Já está confirmado que erva de São João (St. John's Wort, Hipérico ou Hipericum) realmente prejudica a ação dos medicamentos, existem suspeitas que o suco de grapefruit (pomelo, toronja, etc.) e até o alho podem influir negativamente, mas faltam estudos confirmatórios. 

Por prudência evite esses produtos se está em tratamento da hepatite C. 

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Apresentações realizadas durante o Congresso Hepatologia do Milênio 2013 - http://www.hepatologiadomilenio.com.br

Carlos Varaldo

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