Publicado em 28/05/2014
Os grupos são formados por homens e mulheres das comunidades do interior
Créditos: Helfer Comunicação
No dia 21 de maio os quatro grupos de chás e ervas de Palmitos, reuniram-se na Linha da Gruta, para mais uma oficina com aperfeiçoamento de técnicas e troca de experiências. Estes grupos representam os quatro hortos medicinais existentes em Palmitos. Trata-se de uma coleção de plantas que podem ser medicinais, aromáticas e condimentares, produzidas em determinado local e que servem como alimentos preventivos e curativos.
A Assistente Social Rosângela do Nascimento, da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, acompanha rotineiramente os trabalhos dos grupos, numa forma de o município incentivar este trabalho. “Considero o trabalho e estudo dos grupos de fundamental importância para a conscientização da alimentação saudável e prevenção de doenças. Este é um caminho muito sábio e que precisa ser difundido.” Afirma Rosângela.
As plantas medicinais são aquelas que têm a capacidade de tratar alguma doença. Já as aromáticas podem ter efeitos medicinais, mas caracterizam-se principalmente por seu cheiro específico. As condimentares são plantas que servem como temperos de alimentos. Algumas têm várias propriedades além de aromáticas, servem também como tempero e como solução medicinal. O manjericão e o hortelã são exemplos claros de plantas que possuem essas três qualidades.
O horto da Linha da Gruta, “Em busca da saúde”, conta com 15 integrantes e está ainda nos estudos da implantação. Na Linha Central, o horto “Margarida” já atua com cerca de 10 mulheres, que realizam reuniões mensais, técnicas, preparados e xaropes para fazer chás. O horto “Malva Rosa” encontra-se em fase de implantação, em Santa Lúcia, e é composto por 16 famílias que interagem no local, inclusive homens, com várias plantas, hortaliças e semeadura de trigo para artesanato. O horto “Aroma Flor” foi o primeiro implantado em Palmitos, há mais de 10 anos. 20 mulheres participam, com vários encontros de planejamento para divulgar o trabalho e buscar mais integrantes.
Normalmente o que é produzido neste hortos é dividido entre as famílias participantes e próximas. Os integrantes trazem várias mudas para agregar valor e variedade aos locais. As plantas são inúmeras, inclusive existe o resgate de plantas de outras regiões, que são remanejadas, adaptadas para a nossa terra e clima.
Algumas plantas já são mais conhecidas e bastante usadas, como a calêndula, que é uma planta medicinal utilizada como cicatrizante e anti-inflamatório, principalmente contra pancadas e ferimentos. Em geral é apresentada em forma de pomada. A stévia tem o poder adoçante 300 vezes superior à sacarose. Não contêm calorias. Extraído da planta stevia rebaudiana, planta nativa da América do Sul. Uma vez que a stevia é uma planta ela contém outras propriedades que complementam o seu poder adoçante, usada para diabéticos, pessoas com depressão e ansiedade.
Edel Schenider ensina a forma correta de manipular, utilizar e plantar as ervas e chás. Como faz parte do Movimento de Mulheres Camponesas, participa de encontros e estudos em Chapecó, que depois são disseminados nos grupos locais e regionais. “Este trabalho com as plantas é bastante adiantado nos hortos Palmitenses. Temos terra fértil, e conseguimos bastante material para as famílias e comunidade aos arredores. As plantas (mudas) também ficam à mostra para comercialização em feiras e troca de variedades, além de doação. O Horto Aroma Flor serve como um laboratório para as demais integrantes, devido a grande variedade de espécies”.
Edel Schneider é a monitora dos quatro grupos e junto de sua filha Débora é precursoras do processo. Já trabalha desde 1998 com a agroecologia e estudos sobre as plantas e a partir dos anos 2000 iniciou as oficinas, com experiências práticas, também para fortalecer e cuidar das plantas e da biodiversidade.
Neri Otto, Técnico da EPAGRI, também presente no encontro, afirmou a importância da existência dos grupos pela melhoria da qualidade de vida, “por isso incentivamos esta cultura dos produtos de subsistência. O trabalho da EPAGRI é apoiar e acompanhar, além de oferecer oficinais” declarou.
A vereadora Loreci Orsolin Pfeifer também participou da oficina, inclusive por fazer parte de um horto. No final de setembro Santa Lúcia será sede do encontro regional de alimentação saudável, incluindo o uso das plantas.
Ediane Zanella
Departamento de Jornalismo e Marketing - Helfer Comunicação
MTB/SC 0004865
(49)3647-2391
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