quinta-feira, 5 de março de 2015

Prefeitura de Goiânia incentiva produção de plantas medicinais no Jardim Botânico

03/03/2015 

As espécies contribuirão para a criação de farmácias vivas através do Cerrado

A Prefeitura de Goiânia, por meio da Agência Municipal de Meio Ambiente, tem promovido o levantamento e cultivo de plantas medicinais exóticas e nativas em Goiânia. A produção acontece no horto medicinal do Jardim Botânico Amália Hermano Teixeira (JBAHT) e tem como objetivo auxiliar moradores de áreas rurais que não possuem acesso a farmácias comerciais e onde a distribuição de medicamentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é irregular. A iniciativa também promove a identificação das espécies a serem cultivadas.

Além da realização de trabalhos relacionados à conservação, pesquisa e educação ambiental, o projeto que ganhou o nome de “Jardim Medicinal no Cerrado”, tem como objeto o estudo do manejo, cultivo e beneficiamento e conservação de plantas medicinais exóticas e nativas do Cerrado brasileiro.

Para o diretor do Jardim Botânico, Altamiro Fernandes, o que se pretende é promover o levantamento e cultivo dessas plantas. “Quanto aos seus aspectos agronômicos e produtivos, é possível estabelecer metodologias de produção e processamento que contribuam para a conservação das espécies, bem como a distribuição de mudas produzidas para agricultores e a população de Goiânia, formando as farmácias vivas”, afirma.

Segundo o engenheiro agrônomo do Jardim Botânico, Nilton Marciano, a existência do horto medicinal do Jardim Botânico é importante para disseminar o uso das plantas para a cura de doenças. “Trata-se de um elemento de suporte ao desenvolvimento de programas voltados à fitoterapia, que é o tratamento de doenças através do uso de plantas”, declara.

A fitoterapia

A partir da década de 80, diversas ações e programas de fitoterapia foram implantados na rede pública de saúde, principalmente a partir da publicação da Resolução da Comissão Interministerial de Planejamento e Coordenação (CIPLAN) DE 1988. O uso de plantas medicinais para a cura de doenças é uma forma muito antiga de tratamento. Está relacionada aos primórdios da medicina e fundamentada no acúmulo de informações por sucessivas gerações.

No Brasil, aproximadamente 82% da população brasileira utiliza produtos à base de plantas medicinais nos seus cuidados com a saúde, seja mediante o conhecimento tradicional na medicina tradicional indígena, quilombola, entre outros povos e comunidades tradicionais ou ainda pelo uso na medicina popular, de transmissão oral entre gerações, ou nos sistemas oficiais de saúde.

Alguns Estados e municípios desenvolveram políticas e legislações específicas para o uso medicinal no SUS e instalaram laboratórios de produção, disponibilizando plantas medicinais e/ou seus derivados, além de publicações para profissionais de saúde e população sobre o uso racional desses produtos. Outros, no entanto, com menor nível de complexidade, possuem hortos com espécies de plantas medicinais que servem como fonte de matéria-prima, produção de mudas e também para educação em saúde e orientações sobre o uso destas plantas.

Parceria

A Amma, através do Jardim Botânico de Goiânia e a Universidade Federal de Goiás (UFG), tem realizado reuniões com a comunidade regional para trocas de experiências sobre as plantas medicinais. Também estão nos planos do projeto aplicar os conhecimentos advindos dos países orientais, que são os maiores detentores do manejo de plantas medicinais. Este conhecimento vem sendo utilizado e catalogado a mais de cinco mil anos na China, na cura de doenças. No Brasil, o uso de plantas com potencial medicinal ainda é insipiente quando comparado aos países orientais.

Victor Assis (estagiário) da editoria de Meio Ambiente – Secretaria Municipal de Comunicação (Secom)
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