fevereiro 26, 2015
O estudante Manoel Rosa, 21, aprendeu o hábito de tomar chá com os avós. Ele conta que quando está doente, sempre recorre a esse método. “São naturais e ajuda o organismo a prevenir e combater doenças. Além de acelerar o metabolismo sem prejudicar o estômago, diferente da maioria dos remédios de farmácia que previne uma doença e acaba desenvolvendo outra”, finaliza. Manoel faz parte de aproximadamente 80% da população mundial que recorre ao tratamento natural para cura de enfermidades.
A palavra fitoterapia deriva do grego phyton (planta) e therapeia (tratamento) e os primeiros registros de seu uso data de mais de 60.000 anos, no sul da Ásia. No Brasil, o maior legado é dos indígenas que até hoje mantém a tradição de buscar a cura na natureza. O uso de fitoterápicos com fins de cura passou a ser reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1978. A organização revelou que no mundo inteiro, 80% da população depende de práticas tradicionais no que se refere a saúde e 85% desta parcela usa remédios a base de plantas e vegetais.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, entre 2004 e 2008 aumentou em 300% a quantidade de municípios que incluíram nos hospitais e postos de saúde o tratamento fitoterápico. Em 2006, a pasta criou o PNPIC (Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares), que ajudou a difundir ainda mais o tratamento.
Segundo artigo cientifico encontrado no site do ministério da Saúde, o Brasil tem a maior diversidade genética do mundo, com cerca de 55.000 espécies catalogadas e possui tradição no uso das plantas medicinais, vinculada ao conhecimento popular, transmitido oralmente de geração em geração. Em 1981, o ministério da Saúde definiu o estudo das plantas medicinais como uma das prioridades de investigação cientifica. Em 1982, a pasta lançou o Programa de Pesquisa de Plantas Medicinais da Central de Medicamentos do Ministério da Saúde (PPPM), cujo objetivo era desenvolver uma terapêutica alternativa e complementar, com embasamento cientifico.
Não é difícil encontrar pela cidade grandes conhecedores dessa ciência. Nos mercado do Conjunto Augusto Franco, por exemplo, existem vários comerciantes dessas ervas de cura. Exemplo disso é o seu Antônio Ferreira, que trabalha com plantas medicinais há mais de 15 anos. Ele repete o ofício do pai. Entre boldo, ameixa, aroeira, mostarda e outras dezenas de ervas, ele sente-se feliz. “É o que eu escolhi fazer, é o que eu sei fazer”.
Reportagem: Marcos Pereira
Arte: Alice Santos, Marília Souza e Yago Andrade
Link:
Nenhum comentário:
Postar um comentário