Painéis fotovoltáicos flutuantes, instalados em dois reservatórios de água na cidade de Kato, na prefeitura de Hyogo, Japão
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Dentro de 120 dias, o Ministério de Minas e Energia pretende dar início aos testes do projeto-piloto de geração de energia solar em reservatórios de hidrelétricas. Em entrevista coletiva, na sexta-feira (27), na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), o ministro Eduardo Braga disse que a ideia é ter uma política pública de financiamento para esses projetos na Região Sudeste, “no segundo semestre deste ano”.
A nova tecnologia usa flutuadores com placas solares e está sendo adotada na Europa e Estados Unidos. O ministro ressaltou, entretanto, que a Europa não dispõe de grandes hidrelétricas. “Estão fazendo isso em pequenos reservatórios de água para usos múltiplos.”
No Brasil, a ideia é testar a tecnologia nos grandes reservatórios. O primeiro deles será o da Usina Hidrelétrica de Balbina, no Amazonas. Braga considera Balbina o reservatório mais favorável, porque tem grande área alagada com reduzida geração de energia. “Temos uma ociosidade de subestação e de linhas de transmissão com circuito duplo. Nós vamos fazer lá os primeiros 350 megawatts (MW) testados.”
Para isso, o ministério está em conversação com a Eletronorte, subsidiária da Eletrobras, que é proprietária da usina, tratando da questão da licença ambiental. A iniciativa requer também a constituição de uma sociedade de propósito específico com os detentores da tecnologia para dar início à experiência piloto.
Braga disse que o custo nos leilões de energia fotovoltaica tem ficado entre R$ 190 e R$ 210 o megawatt. A expectativa do ministro é que o custo da energia solar com os flutuadores fique um pouco mais alto, entre R$ 220 a R$250 o megawatt, em função do custo adicional dos flutuadores. “Esse é um projeto pioneiro, que nós precisamos testar.”
A vantagem, destacou o ministro, é que a energia será captada dentro dos reservatórios, usando subestações e linhas que já existem. “Portanto, teremos uma resposta de geração muito rápida”. Ele aposta que haverá ganho de eficiência e salientou que, só nos reservatórios da Região Sudeste, o potencial de produção de energia solar atinge 15 mil MW, dentro das hidrelétricas. “É mais que uma [Usina de] Itaipu para o Brasil”, disse. A capacidade de geração em Balbina alcança 3 mil MW. O projeto-piloto será 350 MW.
Por Alana Gandra, da Agência Brasil.
Publicado no Portal EcoDebate, 30/03/2015
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