domingo, 23 de agosto de 2015

Bahia: Rede de hortos de plantas medicinais e litúrgicas inicia plantio

21/08/2015 

O Projeto Rede de Hortos para Beneficiamento de Plantas Medicinais e Litúrgicas (Rhol), sob a responsabilidade da Organização Filhos do Mundo (FEME), está se tornando realidade.

Nesta segunda-feira (24), às 9 horas, no terreiro Ilê Axé Sufucian Unde, localizado na Rua Heráclito, Fazenda Grande IV, uma dezena de terreiros integrantes do projeto começa o plantio das mudas.

Beneficiado pelo edital 001/2014 da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), o projeto integra o grupo de empreendimentos econômicos solidários beneficiados com recursos no valor global de R$ 9 milhões.

No lançamento em 2014, o Edital de Matriz Africana da Setre recebeu 80 propostas e classificou 54 instituições não-governamentais (Ong’s) sem fins lucrativos, com atuação comprovada no Estado da Bahia.

Os recursos previstos inicialmente eram de R$ 5 milhões. Recentemente, o edital recebeu aporte de mais R$ 4 milhões. Foram conveniados 17 instituições em 2014. Essas já receberam recursos e estão executando os seus respectivos projetos.

Dos quatro milhões suplementares, R$ 2 milhões serão para este ano. Os outros R$ 2 milhões para 2016 e vão beneficiar mais 19 projetos, no segundo lote, totalizando 36 projetos. Os recursos foram financiados pelo Fundo de Combate e Erradicação à Pobreza (Funcep).

Investimentos na sustentabilidade

A executora do projeto RHOL recebeu da Setre R$722.322,76 para implantar a rede de hortos para produção e beneficiamento de plantas de usos medicinais e litúrgicos, em terreiros de candomblé.

O projeto vai beneficiar diretamente a 60 famílias integrantes das comunidades tradicionais de terreiro de candomblé envolvidas nas ações do projeto.

Segundo o secretário Álvaro Gomes os R$ 9 milhões totais investidos no Edital representam o maior apoio aos povos e comunidades tradicionais de matriz africana do país no campo da política pública para esse segmento, superando inclusive os investimentos do Governo Federal.

Titular da Setre destacou o empreendedorismo de matriz africana como elemento de sustentabilidade social o que requer uma política estadual de incentivo e fomento. “O objetivo é fomentar a produção e a comercialização de produtos de economia solidária, com o cunho do associativismo e do cooperativismo, entre os afrodescendentes”

Motivação do lançamento

O superintendente de Economia Solidária da Setre, Milton Barbosa, lembrou que a motivação para lançamento deste Edital aconteceu depois da identificação do potencial produtivo nos espaços de matriz africana, “possibilitando a autonomia econômica dessas comunidades, constituída por homens e mulheres livremente associados em empreendimentos formais e informais”, justifica.

“No dia-a-dia, eles produzem uma gama de artefatos que expressam manifestações culturais características – artesanato, confecção, culinária e plantas medicinais etc. Esses núcleos produtivos revelam uma força pulsante da economia solidária, até então invisível nos espaços urbanos e é por isto que fizemos um esforço muito grande para garantir o aporte de recursos para aumentar o número de entidades conveniadas”, diz o dirigente.

Ascom Setre

21.08.2015

Antonio Luiz Diniz – DRT 1200

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