O Herbário IAN possui uma coleção de aproximadamente 30 mil fotografias de plantas do novo mundo, as quais foram adquiridas junto ao Field Museum of Natural History, na década de 40, pelo Dr. Felisberto Camargo, primeiro Diretor do Instituto Agronômico do Norte (IAN).
A maioria dessas fotos é proveniente de tipos do Herbário de Berlin (BGBM), o qual teve parte do seu acervo destruído, em consequência do bombardeio em 1943, durante a segunda guerra mundial.
A Embrapa Amazônia Oriental lançou, o Herbário Virtual IAN que disponibiliza informações e imagens de exsicatas (amostras de plantas desidratadas), e coleções de madeiras, flores, frutos, sementes e plântulas da Amazônia. É o primeiro herbário do Brasil a adotar o sistema Brahms – Botanical Research and Herbarium Management System, desenvolvido pela Universidade de Oxford para manejar dados botânicos. O sistema foi introduzido no Brasil pela Embrapa Amazônia Oriental.
São quase 24 mil imagens micro e macro de madeiras, plantas, flores e frutos com informações sobre o local de coleta, características de campo, nome de quem coletou, data da coleta e informações sobre o uso tradicional da planta. Além disso, o herbário virtual disponibiliza informações e imagens de dois mil tipos confirmados e classificados. Os tipos são os primeiros registros das plantas no campo, considerados os produtos mais valiosos dos herbários.
Os números do herbário mudam a cada instante com a inserção de mais amostras no sistema e com o intercâmbio com outras instituições. Para a coordenadora do trabalho, pesquisadora Regina Célia da Silva, o sistema facilita o intercâmbio entre instituições e pesquisadores com o empréstimo virtual do material. E também diminui os custos de transporte de material para os institutos de pesquisa e universidades. “Normalmente pesquisadores e estudantes vêm em busca de informações e imagens sobre as plantas que estão estudando ou trazem novos materiais para identificação. É esse processo que enriquece o acervo do herbário”, explica a pesquisadora.
O sistema permite diferentes tipos de busca nas seis mil exsicatas digitalizadas até o momento: por família, gênero, espécie, produto (imagens de lâminas ou fotos), local de coleta, coletor, entre outros. Além disso, todas as amostras possuem código de barras, o que facilita o controle dos materiais.
História – O herbário físico da Embrapa Amazônia Oriental está localizado no Laboratório de Botânica da instituição e é um dos mais tradicionais do País e um dos três maiores herbários da Amazônia brasileira. Desde 2005, o Herbário IAN está credenciado como Fiel Depositário junto ao Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN), do Ministério do Meio Ambiente.
Fundado em 1945, ainda no antigo Instituto Agronômico do Norte, pelo engenheiro agrônomo João Murça Pires, possui atualmente 191 mil exsicatas e uma coleção de madeiras com cerca de oito mil amostras, números que estão em constante atualização. Para ter ideia da movimentação do herbário, em 2012 foram realizados quase três mil empréstimos de amostras botânicas e seus profissionais – taxinomistas e botânicos – realizaram 1.300 identificações de plantas.
O herbário é um dos mais especializados sobre as plantas amazônicas do País e “a sua versão virtual é mais um passo para agilizar o processo científico e avançar o conhecimento sobre a Amazônia”, finaliza a pesquisadora. Para acessar o herbário virtual, visitehttp://brahms.cpatu.embrapa.br/.
Texto: Ana Laura Lima, jornalista, MTB 1268/PA, Embrapa Amazônia Oriental
EcoDebate, 06/01/2014
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