Camellia sinensis (Theaceae), planta originária da China e da Índia, é muito consumida nos países asiáticos. Nesses locais representa prosperidade, harmonia e beleza, sendo utilizada em cerimônias de importância social e cultural. De acordo com a fase de desenvolvimento das suas folhas e dos tratamentos pós-colheita, obtém-se diversos tipos de chá, como o chá-branco, chá-verde, oolong e chá-preto, entre outros. Na obtenção do chá-verde, as folhas recémcolhidas são processadas rapidamente limitando a atividade enzimática. No chá-preto, as folhas são submetidas à secagem lenta, permitindo a oxidação dos componentes. Durante o processo oxidativo, os fenólicos são convertidos a compostos de menor atividade antioxidante. Os principais componentes de folhas de C. sinensis são cafeína (2-4%), catequinas (10-25% no cháverde), flavonoides, derivados de ácido cafeico e óleos voláteis.
A bebida chá-verde chegou ao Brasil com os imigrantes chineses, há aproximadamente um século. Eles introduziram os segredos do plantio, queima, manipulação e padronização do produto, que foi propagado pelos estados do Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Nos dias de hoje o chá verde é muito consumido com o objetivo de prevenir algumas doenças e, em especial, para perda de peso. Diversos estudos apontam que as catequinas encontradas no chá-verde, podem promover a diminuição do peso e da gordura corporal, além de auxiliar na prevenção e tratamento da obesidade e de doenças associadas como diabetes, doenças cardiovasculares e dislipidemias. Estes trabalhos mostraram que o chá-verde é eficaz tanto em modelos de células, quanto em modelos animais e em humanos para o tratamento da obesidade.
Os principais mecanismos de ação sugeridos são o aumento da oxidação lipídica, aumento do gasto energético, diminuição da diferenciação de adipócitos, morte celular de adipócitos maduros e diminuição da absorção lipídica.
O consumo excessivo de chá-verde não é isento de efeitos indesejáveis. Hiperacidez, irritação gástrica e redução de apetite tem sido relacionados à presença de fenólicos. À cafeína encontrada no chá tem sido atribuídos sintomas como irritabilidade, excitabilidade, insônia, palpitações e dor-de-cabeça.
Os dados disponíveis até o momento não são conclusivos no que se referem à quantidade de chá ou à forma de preparo (infusão, cápsula, etc) para a obtenção do efeito antiobesidade. A incerteza na quantidade a ser consumida dificulta o trabalho dos profissionais de saúde quanto à prescrição do chá-verde para a população em geral, bem como para o tratamento da obesidade. Portanto, o seu consumo tem que se visto com cuidado.
Baladia E et al. 2014. Efecto del consumo de té verde o extractos de té verde em el peso y em la composición corporal; revisión sistemática y metaanálisis. Nutr Hosp v. 29, p. 479-490. Sarma DN et al. 2008. Safety of green tea extracts. Drug Safety, v. 31, p. 469-484.
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