11.08.2014
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Estudos feitos pela comunidade médica e científica mostram que entre 3 e 6% da população mundial sofre com o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade, mais conhecido como TDAH. Trata-se de um distúrbio de ordem neurobiológica, que tem como principais características a desatenção, a hiperatividade e a impulsividade. De acordo com Ana Bentes, psiquiatra da criança e do adolescente no Hospital Federal da Lagoa/RJ, cada pessoa pode apresentar o problema de uma forma. “Podemos observar o hiperativo/impulsivo e o predominantemente desatento. Há indivíduos que apresentam ambos os subtipos”, afirma.
O TDAH dá os primeiros sinais na infância. “Não é comum vermos adultos escalando sofás, se levantando a todo momento em reuniões ou correndo em seus deslocamentos. Mas persiste neles a sensação interna de inquietude, como um ‘aprisionamento do corpo pela convenção social’”, alega a médica. Uma curiosidade: a incidência é maior em meninos, que costumam apresentar o quadro de hiperatividade e impulsividade e geralmente têm um diagnóstico mais precoce. Já as meninas apresentam, frequentemente, os sintomas de desatenção sem hiperatividade.
Não se sabe ao certo as causas do transtorno, entretanto fatores genéticos e ambientais são levantados na literatura científica. A psiquiatra lembra que o médico é o único apto para diagnosticar o TDAH. Em não raros casos, é comum os pais ou professores acharem que uma criança desatenta ou mais agitada sofra com o problema, mas pode não ser o caso. “Os sintomas devem estar presentes na escola/trabalho, em casa e até mesmo nas relações dos indivíduos com seus pares. Se ocorrerem em apenas um desses ambientes, deve-se pensar em respostas afetivo-comportamentais e não em TDAH”.
Caso os pais ou responsáveis percebam que a desatenção ou a agitação extremas da criança estão a prejudicando funcionalmente, é hora de procurar um médico. Os “checklists” de sintomas disponíveis na internet não são suficientes para o diagnóstico, segundo Ana.
Tratamento – A psiquiatra diz que o tratamento é multidisciplinar. “Os fármacos podem ser utilizados, mas não o tempo todo. Eles podem facilitar a psicoeducação e a mudança de hábitos, que vão construir a possibilidade de planejamento e rotina para a criança. O tratamento psicológico também é fundamental, considerando que geralmente quem tem TDAH tem baixa autoestima”. Ocupações como relaxamento, meditação e ecoterapia também podem ajudar em alguns casos. “Existem várias atividades que podem beneficiar a possibilidade da criança ter foco e que permitem a canalização da energia para que ela possa tolerar melhor as situações rotineiras”, finaliza. O esforço das pessoas próximas à criança para estimula-las também é importante para que não haja prejuízos em sua vida social.
Fonte: Larissa Domingues / Agência Saúde
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