terça-feira, 30 de junho de 2015

Amaranto ou caruru? O que tem em comum ou são as mesmas plantas?

Texto:
Marcos Roberto Furlan - Engenheiro agrônomo
Thais Poças - Nutricionista, pós-graduanda em Fitoterapia

Caruru e amaranto, quando se referem à planta, podem ser sinônimos. No entanto, caruru também pode ser referência para um prato da culinária nordestina. E amaranto no comércio é mais referência para sementes de uma espécie importada, nem sempre identificada pela espécie.


Quando os termos se referem às espécies vegetais, há vários carurus ou amarantos, mas todos pertencem ao gênero Amaranthus. Com algumas exceções, muitas espécies deste gênero fornecem folhas e sementes que podem ser consumidas como alimento, tanto para seres humanos quanto para animais.

Algumas espécies comestíveis de amaranto não comuns no Brasil, como, por exemplo, Amaranthus caudatus, A. hypochondriacus e A. cruentus, estão sendo pesquisadas pela Embrapa. No país, muitas espécies de Amaranthus consideradas como plantas invasoras são consumidas popularmente, tais como A. hybridus, A. retroflexus e A. viridis. As semelhanças entre as espécies de carurus ou amaranto dificulta a identificação.


A. cruentus (https://en.wikipedia.org/wiki/Amaranthus_cruentus)

O caruru ou bredo são espécies comestíveis, sendo a maioria boas fontes de ferro, fósforo, potássio, cálcio e vitamina C, e de alto valor biológico proteico e lipídico. As folhas são mucilaginosas, diuréticas e laxativas, e podem ser consumidas cozidas ou refogadas. Deve ser usada preferencialmente submetida ao cozimento, pois algumas espécies podem possuir substâncias tóxicas, quando em saladas.

As sementes podem ser germinadas ou utilizadas para fazer farinhas, leites vegetais e outras receitas. Essa semente não contém glúten, portanto, uma alternativa nutritiva para aqueles com doença celíaca ou alergias alimentares.

Algumas curiosidades quanto aos carurus no ambiente: indicam solos ricos em matéria orgânica e bem estruturados. Também hospedam besouros, diminuindo o ataque destes nas culturas alimentícias convencionais

.
A. viridis (http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Amaranthus_viridis.jpg)

As espécies graníferas se destacam pela vantagem da rapidez de crescimento e produção, possibilitando o cultivo em condições de escassez de umidade na fase reprodutiva. De acordo com suas nobres características nutricionais, este grão se apresenta como um alimento naturalmente balanceado, com propriedades de alimento funcional. O alto valor nutritivo e as características físico-químicas da proteína fazem com que a farinha possa ser utilizada nos cardápios consumidos pelas populações de baixa e alta renda, sem distinção.
O consumo em excesso não é indicado, pois há fatores antinutricionais, como a presença de oxalatos que são tóxicos e irão competir pela absorção dos micronutrientes.

Portanto, o gênero Amaranthus é promissor principalmente para a agricultura familiar e para os donos dos quintas que eles nascem.

Bibliografia

FARFAN, J.A.; MARCÍLIO, R.; SPEHAR, C.R. Deveria o Brasil investir em novos grãos para sua alimentação? A proposta do amaranto (Amaranthus sp.). Segurança Alimentar e Nutricional, Campinas, p.47-56, 2005.

SILVA, D.B.; NOUHUYS, L.S.V.; KEHL, L.C.; KELEN, M.E.B.; BRACK, P. Cartilha hortaliças não convencionais. GRUPO VIVEIROS COMUNITÁRIOS (GVC), Rio Grande do Sul, p. 1-28.

SPEHAR, C. R.; TEIXEIRA, D.L. Diferenças entre o Pseudocereal Amaranto e Espécies de Planta Daninha, Amaranthaceae. EMBRAPA, Brasília, p. 1517-1469, 2002.

Mais informações na publicação de Liane Murari Rocha abaixo extraída do link:
http://www.abeso.org.br/pdf/revista55/amaranto.pdf


Nenhum comentário:

Postar um comentário