Publicado em 16/junho/2015 | Editoria
Alessandra Postali e Caio Albuquerque, da Assessoria de Comunicação da Esalq
imprensa.esalq@esalq.usp.br
Benefícios foram constatados por usuários dos espaços
Com o objetivo de divulgar a importância da implantação de áreas verdes em unidades hospitalares, tornando o ambiente mais humanizado e menos estressante, a arquiteta e urbanista Léa Yamaguchi Dobbert realizou pesquisa no Programa de Pós-graduação (PPG) em Recursos Florestais, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba. Orientada pelo professor do Departamento de Ciências Florestais, Demóstenes Ferreira da Silva Filho, Léa propôs à direção do Santa Casa de Valinhos (interior de São Paulo), a recuperação do local por meio da implantação de componentes arbóreos e vegetação, requalificando as áreas livres existentes entre as alas de internação.
Nas primeiras décadas do século 20, profissionais da área de saúde investiram em ambientes funcionais de trabalho, dando ênfase à implantação de equipamentos de alta tecnologia, sem se preocupar com o grau de conforto proporcionado pelo ambiente físico. Trabalhos científicos nesta área classificaram os espaços como estressantes e inadequados em razão de não observarem as carências emocionais e psicológicas dos usuários.
“Esse estudo provém de uma inquietação, fruto de uma experiência como interna na Irmandade Santa Casa de Valinhos (SP), quando pude vivenciar a falta de um espaço não só agradável, mas saudável, para realizar as caminhadas orientadas pelo médico, tendo de fazê-las nos corredores escuros e com pouca ventilação”, conta a pesquisadora.
Espaços ajardinados
“Para verificar quais interferências foram proporcionadas pelos espaços ajardinados, realizei 596 entrevistas com usuários dos espaços analisados, a fim de verificar seu grau de conforto térmico e bem estar”. A requalificação das áreas foi feita por meio de trabalho voluntário e com doação de viveiros de plantas.
Segundo Léa, os benefícios puderam ser constatados pela satisfação dos usuários dos espaços, em relação ao conforto térmico, visual e psíquico, que pôde ser comprovado por diversos relatos dos entrevistados. “O paciente, já fragilizado pelo estado em que se encontra, quando tem um ambiente mais aconchegante e familiar, certamente se sente mais calmo, o que reflete de forma direta em sua saúde”, afirmou a arquiteta.
Para a pesquisadora, mais estudos devem ser realizados a fim de comprovar a importância das áreas verdes hospitalares. “Hoje existe uma manutenção deficiente, por isso é necessário o reconhecimento por parte dos gestores em relação ao valor desses espaços”. O estudo foi financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Foto: Léa Yamaguchi Dobbert
Mais informações: (19) 3429-4485 / 3429-4109 / 3447.8613
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