29 de dezembro de 2015
O uso das ervas medicinais pelos Benzedores e Mateiros nas Missões tem sua utilização há mais de 400 anos;
São encontrados escritos sobre plantas medicinais nos livros dos jesuítas desde o inicio das reduções em 1609 e que comprovam o uso histórico das plantas missioneiras. Para quem vem a São Miguel é imperdível ir visitar um dos benzedores conhecedores profundos das plantas e seus usos.
Uma destas plantas é a cobrina também conhecida por forquilheira (Tabernaemontana catharinensis DC.) tem reconhecido valor como planta medicinal. Esta é uma arvore nativa no Sul do Brasil. No conhecimento popular ela é muito utilizada no preparo de um extrato para passar na pele quando a pessoa é picada por insetos, mas tem potencial para outras utilizações.
Existem também produtores de leite que utilizam a planta em pequenas quantidades na alimentação para prevenção de mastite, ou mesmo o uso de extrato injetável no teto da vaca, quando o animal está com o problema instalado. Porém não conhecemos estudos oficiais que comprovem sua eficiência, apenas os relatos de produtores que afirmam que os resultados são satisfatórios.
O preparo do extrato de cobrina que é utilizado na pele para aliviar os sintomas de picadas de cobra, insetos, alergias, cobreiro, etc, é muito conhecido principalmente pelas pessoas que vivem no campo. Para extrair o princípio ativo geralmente é utilizado álcool ou até mesmo cachaça, a parte da planta mais usada é a casca.
A cobrina tem também potencial para o paisagismo, seu crescimento rápido, seus frutos coloridos quando maduros e sua folhagem intensa, são pontos que contam a favor. Por outro lado, a planta solta bastante folhas e frutos no inverno, algo que não é muito desejável em determinados projetos paisagísticos.
Estudos indicam que a cobrina pode ser um bom aliado contra o câncer de laringe e outras doenças. Pesquisas vem sendo realizadas para desenvolver medicamentos com a planta.
Visitar São Miguel das Missões é descortinar um mundo de possibilidades culturais milenares.
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