sexta-feira, 8 de março de 2013

Alimentos não convencionais no quintal (capuchinha - I)

Capuchinha (Tropaeolum majus L.)

Texto 
Marcos Roberto Furlan (Eng. Agrônomo) 
Isabella Ribeiro (Acadêmica Nutrição – Unitau) 

Sobre as espécies cultivadas no Horto de Plantas Medicinais, Condimentares e Aromáticas do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade de Taubaté - Unitau, a capuchinha (Tropaeolum majus L., família Tropaeolaceae) se destaca por ter belas flores, ser comestível e nascer espontaneamente. Aliás, em regiões de clima temperado, se desenvolve melhor e cresce com facilidade nos quintais, terrenos baldios e nas praças. Como Taubaté é de clima mais quente, no verão ela desaparece se não for irrigada constantemente.

Neste blog, poderá ver um outro texto sobre a espécie no link, o qual inclui mais observações:

Além de capuchinha, a espécie possui nomes populares, como, por exemplo, chagas, alcaparras-de-pobre, nastúrcio, falsa-alcaparra e agrião-do-méxico. Originária do Peru, atualmente, é encontrada em boa parte do Brasil (espontânea nas regiões mais frias e cultivadas nas demais regiões), e se espalhou em muitas regiões do mundo. Seu plantio pode ser tanto por sementes quanto por estacas de galho, as quais enraizam rapidamente. 

As flores das espécies que ocorrem no Brasil possuem coloração bem vibrante, podendo ser de três cores, laranja, vermelha e amarela. Saem da região axilar, e o fruto possui cerca de 2 cm de diâmetro e a sua semente é relativamente grande. Há espécies tuberosas e outras com flores azuis, mas não são comumente encontradas no Brasil.

Como o texto é sobre o uso das espécies espontâneas na culinária, a capuchinha se destaca, pois é usada como condimento (conservas dos frutos e flores, por exemplo), em saladas, cozidos e até suas flores, além de ornamentar os pratos, também são consumidas.

Dentre as substâncias encontradas na planta, ocorre a presença de vitamina C (com teor considerável do ácido ascórbico de acordo com pesquisas ainda não publicadas e realizadas na UNITAU), a mirosina, glicose, frutose, óleo gordo, albuminas, óleo essencial, glicosídeo, resinas, pigmentos, pectinas e sais minerais (RIBEIRO et al., 2012). 

Há muitos países que possuem o hábito de consumir flores comestíveis, como o amor-perfeito, a cravina e a capuchinha, e, no Brasil, esse hábito ainda não é muito explorado. 

A semente é chamada de "falsa alcaparra", é uma planta que pode ser consumida inteira. A flor possui um sabor semelhante ao do agrião e levemente picante, e o seu preço girarem torno de R$ 5,00 uma quantidade entre 7 a 18g, o que é considerável. 


As variações climáticas e as condições edáficas influenciam na fase de produção e na variação da quantidade demandada, o que, conseqüentemente, faz os preços variarem conforme a estação do ano. 



Golze e Souza (2008) realizaram uma pesquisa sobre Aceitabilidade de alimentação à base de capuchinha e concluíram que dos entrevistados, 30% consideraram a espécie muito saborosa, e 70% saborosa, sendo que 61% disseram que ela possui um sabor picante e 22% afirmaram possuir um sabor adocicado.



As folhas, de acordo com Ribeiro et al. (2012), podem ser conservadas durante quatro dias sob refrigeração a temperatura média de 12 ± 0,5ºC associada ao recobrimento com filme PVC.


Referência bibliográfica 



GOLZE, V.L.; SOUZA, T.A. Aceitabilidade de alimentação à base de capuchinha (Tropaeolum majus). Revista Brasileira de Agroecologia, · v. 3, n. 2, p. 27-30, 2008.
(http://www.aba-agroecologia.org.br/ojs2/index.php/cad/article/view/3220/2617)

RIBEIRO, W. S.; BARBOSA, J. A.; COSTA, L. C. DA. Capuchinha (Tropaeolum majus L.). Brasília, DF : Kiron, 2012. 96 p.


RIBEIRO, W.S.; BARBOSA, J.A.; COSTA, L.C.; BRUNO, R.L.A.; ALMEIDA, E.I.B.; SILVA, K.R.G.; BRAGA JÚNIOR, J.M.; BEZERRA, A.K.D. Conservação e fisiologia pós-colheita de folhas de Capuchinha (Tropaeolum majus L.). Rev. bras. plantas med. [online]. v.13, n.spe, p. 598-605, 2011 . (http://www.scielo.br/pdf/rbpm/v13nspe/a16v13nspe.pdf)
Foto: Isabella Ribeiro

Nenhum comentário:

Postar um comentário