segunda-feira, 4 de março de 2013

Cafeína melhora desempenho de atleta em altitudes elevadas

Texto: 
Fotos: Divulgação Antônio Scarpinetti   Antoninho Perri
Edição de Imagens: Luis Paulo Silva
A cafeína melhora em 12% o desempenho de atletas em altitudes elevadas. É o que aponta a pesquisa de mestrado apresentada, em janeiro último, na Faculdade de Educação Física (FEF) da Unicamp. O autor do estudo, o educador físico Bruno de Paula Caraça Smirmaul, orientado pelo professor Antonio Carlos de Moraes e coorientado pelo professor Samuele Marcora, realizou testes com sete voluntários com resultados que sugerem que o efeito da cafeína é potencializado nos esportes de altitude. “Já é consenso na literatura que a cafeína melhora muito o desempenho aeróbio de esportistas no nível do mar. Porém, é pouco estudado se a substância seria indicada para quem pratica esportes em altitudes elevadas”, explica Smirmaul.

Os testes foram realizados nos laboratórios da Universidade de Kent, durante período de estudos na Inglaterra. Segundo ele, só duas pesquisas anteriores à dele mostram este aspecto sem, no entanto, esclarecer sobre os mecanismos que levam a cafeína a ser tão eficaz, particularmente em altitude, em que a fadiga muscular ocorre de forma mais rápida.

Desde 2004, a substância foi liberada pela Agência Mundial Antidoping e, no entanto, persistem dúvidas quanto à sua utilização. Smirmaul relata que muitos atletas ainda desconhecem a liberação, e acabam não fazendo uso da cafeína para incrementar os resultados do seu esforço. Ele recomenda que os praticantes de esportes como, por exemplo, corrida, escalada e futebol, quando estiverem em altitudes elevadas, façam a ingestão da substância para um efeito benéfico.

Os sete voluntários do estudo se submeteram a exercícios em uma bicicleta ergométrica e, a partir de um equipamento que reduz a fração de oxigênio, foi realizada a simulação de uma altitude equivalente a 2.500 metros do nível do mar. “Desta forma, pudemos mensurar diversos parâmetros como fadiga periférica e central, frequência cardíaca, saturação de oxigênio, lactato e, até mesmo, oxigenação cerebral para entender o mecanismo pelo qual a cafeína melhora o desempenho dos indivíduos”, esclarece.

A pesquisa comparou o efeito da ingestão de cafeína e de placebo, mas os voluntários não tinham conhecimento quando estavam ingerindo um ou outro. Com isso, foi possível perceber que a cafeína diminuiu substancialmente a sensação de fadiga e a percepção de esforço dos sujeitos e melhorou parâmetros neuromusculares durante os exercícios.

Publicações

Dissertação: “Efeitos da ingestão de cafeína em exercício aeróbio de alta intensidade em hipóxia: parâmetros fisiológicos e perceptuais”
Autor: Bruno de Paula Caraça Smirmaul
Orientador: Antonio Carlos de Moraes
Co-Orientador: Samuele Marcora 
Unidade: Faculdade de Educação Física (FEF)
Financiamento: CNPq 

Data: Campinas, 04 de março de 2013 a 10 de março de 2013 – ANO 2013 – Nº 552Link:

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