domingo, 10 de março de 2013

Mais de 100 espécies integram o Horto de Plantas Bioativas da Emater/RS-Ascar

Postado em: 3/8/2013
Fonte: Emater / RS

Camomila, poejo, hortelã, endro, calêndula, perpétua, alecrim, manjerona, manjericão, alcachofra, hortelã, espinheira santa e sene: estas são apenas algumas das mais de 100 espécies presentes no Horto de Plantas Bioativas que a Emater/RS-Ascar montou em seu espaço na 14ª Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque. “São plantas com propriedades condimentares, aromáticas, medicinais e tóxicas”, explica Ana Cassol, extensionista da Emater/RS-Ascar de Tapeja.

No horto, todas as plantas estão identificadas por placas coloridas, que contém o nome popular e o científico. “Muitas pessoas conhecem a mesma planta por nomes diferentes, daí a importância de termos também o nome científico. Já as cores das placas obedecem ao mesmo princípio de um semáforo, indicando o grau de toxidade das plantas”, afirma Ana. “Sinalizamos a placa da arruda, por exemplo, com uma tarja vermelha, pois é uma planta abortiva”, informa a extensionista da Emater/RS-Ascar.

No local, os visitantes também podem conhecer os benefícios das plantas com propriedades medicinais, como a melissa que é indicada como calmante; a carqueja, que ajuda no processo de digestão; a fafia, conhecida como ginseng brasileiro, é recomendada para melhorar a memória; e o sene que, conforme Ana, é a planta mais vendida no mundo e funciona como um laxante natural.

A Emater/RS-Ascar incentiva o cultivo de plantas bioativas como uma alternativa de renda para a pequena propriedade, sendo este o enfoque do horto durante a 14ª Expodireto Cotrijal. “Além do viés econômico, também trabalhamos na perspectiva antropológica, de resgate e de manutenção da cultura que é repassada de geração a geração, e no viés ecológico, de preservação e valorização da biodiversidade”, explica Ana. A Instituição fornece ainda cursos sobre plantas bioativas em seus nove Centros de Formação espalhados pelo Estado.

Consórcio Santa Gema de Plantas Medicinais

Para demonstrar que a produção de plantas bioativas é uma boa alternativa de renda para a agricultura familiar, a Emater/RS-Ascar levou ao seu espaço na Expodireto Cotrijal, a experiência de três famílias, moradoras da localidade de Santa Gema, interior de Passo Fundo, que criaram, em 2002, o Consórcio santa Gema de Plantas Medicinais - uma agroindústria que processa e comercializa inúmeras plantas medicinais e condimentares.

A produção anual do Consórcio é de uma tonelada, sendo poejo, hortelã, camomila e perpétua as espécies mais produzidas. “A produção vai se adequar à demanda de cada região, determinando o que será cultivado no horto”, explica Lacide Lui, técnico da Emater/RS-Ascar de Quinze de novembro. “O desafio da Santa Gema foi entrar em um mercado completamente novo, e eles estão conseguindo ter sucesso. Se eles estão conseguindo vender, é porque existe mercado”, afirma Lui.

Além gerar renda para a propriedade, a agroindustrialização de plantas bioativas também tem estimulado a permanência do jovem no campo, sendo decisiva para a sucessão familiar. “A nossa renda aumentou de 25% a 30% com a agroindústria e isso foi um incentivo para que eu voltasse para a casa”, afirma Flávio Casanova, de 24 anos, cuja família é uma das participantes do Consórcio Santa Gema. “Me formei em técnico em agropecuária em Carazinho. Em determinado momento, pensei em sair da propriedade, onde cultivávamos só grãos. O horto diversificou a nossa produção e representou uma grande mudança”, disse o irmão de Flávio, Hugo Eduardo Casanova.

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