03 Setembro 2013
MOÇAMBIQUE já deu passos significativos na pesquisa de plantas medicinais visando cumprir as recomendações da Organização Mundial da Saúde OMS. O facto foi revelado há dias por Felisbela Gaspar, do Instituto de Medicina Tradicional no Ministério da Saúde.
Falando a-propósito da passagem do Dia Africano da Medicina Tradicional, celebrado sábado, a nossa fonte disse que o país iniciou a pesquisa de plantas medicinais através do Centro de Investigação Etnobotánico, do Ministério de Ciência e Tecnologia.
Sobre o impacto das pesquisas feitas, a fonte disse não terem sido ainda amplamente divulgadas, mas lembrou que um dos grandes trabalhos feitos foi a publicação de um livro sobre componentes químicos e nutricionais de alguns vegetais que também são medicinais.
“Do leque das pesquisas temos no nosso Instituto de Medicina Tradicional, a nível do ministério, pesquisas na componente de eficácia de plantas medicinais. A nível do MISAU temos em curso a pesquisa laboratorial da moringa, uma planta medicinal bastante usada no país e que em breve faremos a divulgação”, disse.
Outras acções em curso, segundo Felisbela Gaspar, acontecem em parceria com a Faculdade de Veterinária da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), na pesquisa de plantas com poder antiparasitário.
Um dos aspectos que preocupa a sociedade tem a ver com a conservação das espécies colocadas à disposição do público, sobretudo nos mercados. Sobre este assunto a nossa fonte fala de estudos sobre o nível de contaminação das espécies medicinais, com destaque para as que são colocadas nos mercados da cidade e província de Maputo.
“Esse estudo serviu para percebermos até que ponto há uma boa conservação das plantas medicinais colocadas nos mercados”, justificou.
Adiantou que a par desse evento nasceu a preocupação de saber como é que os vendedores das plantas e praticantes da medicina tradicional lidam com medicamentos de forma a potenciar o factor qualidade e evitar a toxidade nos consumidores.
Essa foi uma das formas de tirar tanto os vendedores como os praticantes de medicina tradicional do risco de intoxicar os que consomem as suas porções é dotá-los de técnicas apropriadas.
A cidade de Maputo foi palco recentemente de um curso de capacitação que juntou 50 pessoas entre vendedores e praticantes. Acto contínuo, terá lugar dentro em breve na província de Maputo, com igual número de participantes. “Ainda este ano vamos escalar as províncias de Sofala e Manica”, afirmou.
As capacitações, segundo explicação de Felisbela Gaspar, não só contemplam a conservação como também o factor dosagem e conservação das espécies na natureza, e ainda as qualidades de um bom vendedor e praticante da medicina tradicional. Por esta via será igualmente possível colher informações capazes de contribuir para a legislação da prática de medicina tradicional no país.
Este ano o lema do Dia Africano da Medicina Tradicional é “Medicina Tradicional, Pesquisa e Desenvolvimento”, pois a OMS advoga os países membros a melhorar a pesquisa em relação às plantas medicinais.
“É uma chamada de atenção para o aumento do conhecimento, segurança e eficácia no uso das plantas em todo o Continente Africano, onde se regista o défice dos cuidados de saúde primária, estimando-se em mais de 75 por cento a população que recorre a plantas tradicionais”, finalizou.
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