A prática de uso de plantas medicinais, principalmente como chás, é comum entre as pessoas com diabetes, para os cuidados com a saúde, mas o conhecimento sobre indicação, modo de preparo e utilização, na maioria dos casos, se baseia em práticas populares, transmitido oralmente por gerações e, frequentemente, sem a orientação dos profissionais de saúde.
A maioria das plantas medicinais usadas na medicina popular não foi ainda suficientemente pesquisada e algumas delas podem apresentar interações com medicamentos ou mesmo com outras plantas, contraindicações e efeitos colaterais. Isso também acontece com aquelas plantas utilizadas tradicionalmente como antidiabéticas, onde inúmeras delas ao serem avaliadas farmacologicamente tiveram seu efeito hipoglicêmico confirmado experimentalmente. No entanto, algumas das substâncias podem ter potencial terapêutico, enquanto outras podem produzir hipoglicemia como efeito colateral devido à sua toxicidade, especialmente hepatotoxicidade, demandando mais estudos relativos a controle de qualidade, grau de toxidade, etc., para seu uso seguro e eficaz.
É importante que o profissional da saúde, em particular o prescritor, indague ao paciente quanto ao uso das plantas medicinais. Tal informação poderá fornecer subsídios para a prescrição, bem como pode servir como indicativo da origem de determinado sintoma ou efeito adverso relatado pelo doente. Infelizmente, em muitos casos, o paciente tem receio de informar ao médico que está em uso de alguma planta medicinal ou fitoterápico.
Por fim, o profissional de assistência deve estar atento à ocorrência do uso da droga vegetal pelo paciente e estar apto e disposto a fornecer orientação quanto ao uso seguro. De forma indireta, tais cuidados poderão favorecer a relação médico-paciente, melhorar os resultados do tratamento e, considerando-se uma maior abrangência, a saúde pública perceberá os benefícios.
- Automedicação - Sempre que possível, use plantas medicinais com orientação de profissional de saúde qualificado. Use somente plantas conhecidas e que tenham tradição de uso.
- Uso de associações de várias plantas - a mistura de diferentes espécies de plantas pode originar produtos tóxicos que, além de não resolver o problema de saúde, pode agravá-lo.
- Uso de associação de plantas medicinais com outros medicamentos - Diferentemente do que as pessoas pensam, as plantas medicinais podem interagir e/ou interferir na ação dos medicamentos quando utilizados concomitantemente. Algumas misturas podem anular ou potencializar efeitos terapêuticos, podendo ser perigosas. Outra questão importante é que não devemos utilizar os chás para tomar o medicamento convencional, pois pode haver interação entre as substâncias e causar prejuízos à saúde do usuário.
Exemplo de interação medicamentosa é a carqueja (Baccharis trimera), que deve ser evitada quando são usados medicamentos para hipertensão e diabetes.
Exemplo de interação medicamentosa é a carqueja (Baccharis trimera), que deve ser evitada quando são usados medicamentos para hipertensão e diabetes.
Outro exemplo é a espécie conhecida popularmente como “Pata de vaca” e/ou “Unha de vaca”, Bauhinia forficata ou sinônimos, onde a literatura traz que o seu uso pode potencializar drogas antidiabéticas e é contraindicada para pessoas com hipoglicemia.
- Uso de plantas tóxicas ou que contenham substâncias tóxicas de ação cumulativa no organismo como espirradeira, cabacinha, confrei, etc.
- Uso de espécies diferentes daquela indicada para o uso - É frequente a utilização indevida de espécies diferentes daquelas que são indicadas, ou seja, que possuem as substâncias benéficas para o tratamento. Isso acontece quando as plantas têm características similares por serem da mesma família; pelo fato de terem os mesmos nomes populares, mas serem espécies diferentes e vice versa; pelo desconhecimento das pessoas sobre as características das plantas, entre outros fatores. Nesses casos, poderá ocorrer intoxicação do organismo por usar plantas com substâncias tóxicas ou o tratamento ser ineficaz por não conter os princípios ativos.
Um bom exemplo do uso incorreto de espécies de plantas como auxiliar no tratamento do diabetes, de uso comum é a espécie conhecida popularmente, como “Pata de vaca” e/ou “Unha de vaca”. Existem estudos com espécies de Bauhinia sp, nativas do Brasil que detectaram, entre outros, efeitos hipoglicemiantes, no entanto, a população utiliza espécies importadas para uso paisagístico (parques e jardins) com os mesmos nomes populares, mas sem estudos que comprovam seus usos.
- Uso de partes da planta diferentes daquela indicada para o uso - Outro fato ligado à intoxicação das pessoas com plantas medicinais é a utilização de partes incorretas da planta, ou seja, diferente daquela que possui as substâncias benéficas. Seria você utilizar folhas ao invés de raízes, frutos ao invés de flores e assim por diante. Existem casos onde as folhas são de uso medicinal e as flores da mesma planta possuir efeitos tóxicos.
- Uso de plantas murchas, mofadas ou velhas que podem estar contaminadas por fungos e por bactérias.
- Uso de plantas cultivadas ou coletadas em locais inadequados com circulação de animais ou próximos a locais contaminados - fossas, depósitos de lixo, margens de estradas ou regadas com água poluída;
- Uso contínuo ou excessivo de chás ou outras preparações com plantas;
- Tomar chá durante a gravidez, sem a orientação de médico, pois algumas plantas podem causar malformações no feto ou mesmo o aborto.
Link:
http://atencaobasica.org.br/sites/default/files/alguns_alertas_sobre_a_utilizacao_das_plantas_medicinais_pelo_usuario_diabetico.pdf
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