quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

O Leite materno contra a Anemia ferropriva

fevereiro 24, 2014 por Alimentação e Saúde Infantil
 
Anemia ferropriva é rara em bebês que recebem apenas leite materno nos primeiros 6 a 8 meses de vida, sem adição de outros líquidos ou substitutos.

Segundo pesquisadores da Organização Mundial de Saúde (OMS), bebês sadios nascidos de mães bem nutridas possuem reserva hepática de ferro suficiente para atender suas necessidades até próximo ao primeiro ano de vida.

Porém, a introdução precoce de outros alimentos ou liquidos a bebês amamentados pode alterar esse quadro, prejudicando a composição do leite materno, em especial a ação da lactoferrina. O resultado: anemia ferropriva.

Os niveis baixos de ferro no sangue são a principal causa de anemia ferropriva, mas não a única.

O que é lactoferrina do leite materno?

Lactoferrina é um antibiótico natural, presente no leite de todos os mamiferos.

O colostro é riquissimo nessa proteina, que tem suas quantidades diminuídas gradativamente conforme o bebê cresce.

Além de sua ação como antibiótico, a lactoferrina retém íons de ferro, impedindo que sejam sequestrados por bactérias nocivas que porventura possam atingir o bebê.

A suplementação artifical de ferro para bebês amamentados exclusivamente pode ocasionar em elevação desnecessária dos niveis de ferro. Para muitas pessoas, isso parece bom… mas não é bem assim que funciona.

Esse aumento de ferro devido a suplementação não acompanha a produção natural da lactoferrina, fazendo com que a mesma sature, quer dizer, não há lactoferrina suficiente no leite materno para dar conta de tanto ferro exógeno (vindo de fora).

Além de prejudicar o funcionamento normal do metabolismo do ferro, a suplementação inadequada ao bebê amamentado pode comprometer sua ação como fator de proteção.

Ferro também é essencial para que micro-organismos nocivos se proliferem no organismo humano.

Por sua vez, esses patógenos causam microscópicas lesões na parede intestinal, provocando sangramentos microscópicos que ocasionam em anemia ferropriva.

A suplementação com ferro medicamentoso pode, ainda, reduzir a absorção de zinco e cobre, importantes para o complexo metabolismo do ferro em bebês.

Para que essa absorção de ferro seja otimizada, são importantes a presença de quantidades adequadas de zinco, cobre e lactoferrina, além de baixa acidez do organismo.

Quase 70% do ferro do leite materno é absorvido adequadamente pelo bebê, devido ao leite materno ser alcalino, diferentemente do leite artificial. O ferro do leite de vaca é absorvido em até 30% do conteúdo ingerido.

Para compensar a baixa biodisponibilidade do ferro de fórmulas e leites artificiais, grandes quantidades do mineral são adicionadas aos produtos, o que, consequentemente, favorece o desenvolvimento de bactérias intestinais patogênicas , micro-hemorragias intestinais e desnutrição, tanto quanto o ferro medicamentoso (WHO,1989).

Já o leite materno possui bactérias benéficas que atuam no fortalecimento da imunidade, assim como outros fatores de proteção que otimizam toda a capacidade de absorção de ferro e outros nutrientes pelo bebê.

Conforme a OMS, “embora existam indicações para suplementação de ferro em bebês, tais como risco populacional de anemia ferropriva, prematuridade e perda neonatal considerável de sangue, essa suplementação não é sem riscos”, pois altera toda fisiologia do lactente.

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