segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Mitos e realidade sobre a cafeína

A cafeína é uma substância natural (um alcalóide) presente nas folhas, sementes e frutos de mais de 63 espécies vegetais de todo o mundo. Faz tempo que são consumidos produtos que contêm cafeína, como o chá, o café e alguns refrigerantes. Mais recentemente, apareceram no mercado bebidas com maior quantidade de cafeína (as "bebidas energéticas").

Um dos efeitos mais conhecidos da cafeína é sua capacidade de atuar como estimulante, atrasando temporalmente o cansaço; efeito que pode causar insônia em indivíduos sensíveis. Também se demonstrou que a cafeína tem um ligeiro efeito diurético, estimulando a eliminação de líquidos. Apesar de que se realizaram numerosos estudos sobre seu consumo seguro, circulam ainda muitas idéias errôneas sobre esta substância tão comum. Este artigo recolhe os resultados de investigações científicas sobre a cafeína e a saúde, e pretende esclarecer certos aspectos controversos relativos a este componente.

Mito: A cafeína cria vício. 

Realidade: Muita gente diz ser "viciada" na cafeína do mesmo modo que se pode ser em relação às compras, ao trabalho ou a televisão. Segundo as definições aceitas e em opinião da maioria das autoridades, a cafeína não cria vício. Ao cessar de forma brusca o consumo regular de cafeína, algumas pessoas podem padecer dores de cabeça, fadiga e sonolência. Estes sintomas não costumam persistir por mais de um dia e podem prevenir-se reduzindo o consumo de cafeína de forma gradual.

Mito: A cafeína aumenta o risco de sofrer enfermidades cardíacas. 

Realidade: Numerosos estudos realizados em grande escala revelam que o consumo de cafeína não aumenta o risco de padecer enfermidades cardiovasculares, nem incrementa os níveis de colesterol, nem produz alterações do ritmo cardíaco. Em indivíduos sensíveis à cafeína se observa um ligeiro aumento temporário da tensão arterial. Entretanto, este aumento é similar ao provocado por atividades cotidianas, como subir escadas. Não obstante, é recomendável que as pessoas com pressão alta consultem com seu médico cardiologista sobre seu consumo.

Mito: A cafeína provoca câncer.

Realidade: Existem provas científicas muito serias que demonstram que a cafeína não incrementa o risco de padecer câncer. Dois estudos em grande escala levados a cabo na Noruega e Havaí e a análise de 13 estudos realizados com mais de 20.000 indivíduos revelam que não existe nenhuma relação entre o consumo regular de café ou chá e o risco de contrair câncer. 

Mito: A cafeína é um fator de risco no relativo a osteoporoses.

Realidade: Algumas pesquisas sugerem que o consumo de cafeína pode incrementar a perda de cálcio na urina. Entretanto, comprovou-se que ditas perdas são mínimas e que o consumo de cafeína em doses normais não afeta ao nível de cálcio nem à densidade óssea. Vários estudos mais recentes confirmam que o consumo de cafeína não é um fator de risco no que a osteoporoses se refere especialmente em mulheres que consomem cálcio em quantidades adequadas.

Mito: As mulheres grávidas ou que tentam ficar grávidas devem evitar a cafeína.

Realidade: Os efeitos das bebidas com cafeína nos fatores reprodutivos foram objetos de análise em um grande número de estudos. Os dados indicam que o consumo moderado de cafeína é inócuo tanto para a mulher grávida como para o feto. Os resultados de estudos sobre o consumo de cafeína e o tempo que transcorre até que uma mulher fica grávida não contribuem com provas sólidas de que o consumo de bebidas com cafeína reduza a probabilidade de conceber. Em dois relevantes estudos realizados nos EUA não se achou correlação alguma entre o consumo de cafeína e o desenvolvimento da gravidez ou possíveis más formações do bebê. Além disso, outras investigações recentes demonstram que não existe relação entre a ingestão de cafeína e os abortos naturais ou o crescimento anormal do feto. Não obstante, ficam sem esclarecer efeitos de dose elevadas de cafeína, por isso se recomenda às mulheres grávidas moderação em seu consumo (300 mg ao dia ou 3 a 4 xícaras de café).

Mito: A cafeína tem efeitos negativos na saúde infantil.

Realidade: Em geral, as crianças têm a mesma capacidade de assimilar a cafeína que as pessoas adultas. As pesquisas em crianças e adolescentes mostram que o consumo moderado de alimentos ou bebidas que contêm cafeína não desempenha um papel perceptível na hiperatividade nem nos problemas de concentração. Entretanto, em crianças sensíveis, o consumo elevado de cafeína pode produzir efeitos passageiros como nervosismo, irritabilidade ou ansiedade.

Mito: A cafeína não tem efeitos positivos.

Realidade: sabe-se que a cafeína limpa e aumenta a capacidade de atenção. Freqüentemente, se recomenda tomar uma taça de café ou chá para combater o sono, especialmente aos motoristas que realizam viagens longas, e muita gente bebe sua xícara depois de comer e antes de voltar para o trabalho. Alguns estudos demonstram que a cafeína também reforça a memória e as capacidades mentais. 

Foram encontrados agentes antioxidantes em muitas bebidas com cafeína, em particular o chá, e mais recentemente no café e o chocolate. Os antioxidantes têm efeitos benéficos na saúde, especialmente no relativo ao coração e a prevenção do câncer. 

Alguns relatórios recentes indicam que a cafeína pode resultar útil no tratamento de reações alérgicas devido a sua capacidade de reduzir a concentração de histaminas, que são as substâncias que fazem que o organismo responda ante o alérgeno. Faz tempo que e conhecido que a cafeína é benéfica para quem padece de asma, embora seja preciso realizar estudos mais detalhados neste campo para obter conclusões definitivas.

Balanço final

Depois de décadas de pesquisas, a comunidade científica não provou que exista nenhuma relação entre o consumo moderado de cafeína e os riscos para a saúde. Quer dizer, que podemos seguir consumindo chá, café e outras bebidas com cafeína sempre que o façamos com um pouco de sentido comum e moderação.

O que se considera "um consumo moderado" de cafeína?

Um consumo moderado de cafeína em adultos são 300 mg ao dia. Para que possa calcular o que isto representa, aqui aparece o conteúdo de cafeína dos produtos mais comuns.

Doses medias de bebidas:

Café solúvel: 75 mg por xícara de 190 ml
Café coado ou expresso: 30 mg por xícara de 50 ml
Chá: 50 mg por xícara de 190 ml
Bebidas energéticas: 28 a 87 mg por copo de 250 ml (com cafeína ou guaraná)
Bebidas com "cola" (tipo Coca Cola ou Pepsi): 8 a 53 mg por copo de 250 ml (normal ou light)
Alguns refrigerantes, como o Guaraná: 24 mg por copo de 250 ml
Chocolate: 5,5 a 35,5 mg a cada 50 g

Fonte: El Mundo - Sección Salud - Espanha

MEU COMENTÁRIO:

Tal qual já divulgamos vários estudos sobre os benefícios de café sobre o fígado (consumido moderadamente) este interessante articulo desvenda os mitos existentes sobre o consumo de produtos contendo cafeína. 

Carlos Varaldo

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