Cientistas comprovam em laboratórios o que raizeiros já sabiam: plantas do segundo maior bioma do país funcionam como remédio. De anti-inflamatório a estimulador da ação da insulina, de energizante a substituto dos florais de Bach, saiba o que essas espécies podem fazer por você
MARIA VITÓRIA Da equipe do Correio
Monique Renne/CB/D.A Press
Pré-diabética, Crista Schops usa a pata-de-vaca para ajudar a equilibrar a taxa de glicose
O fruto amarelo do pequi tem um óleo rico em ômega 9, combate os radicais livres e controla o colesterol. A casca do barbatimão transforma-se em uma pomada anti-inflamatória. A pata-de-vaca é capaz de baixar o nível de glicose no sangue de quem é diabético. O bacupari pode se tornar um anticoncepcional masculino.
Essas plantas e dezenas de outras são velhas conhecidas dos raizeiros que se aventuram nos campos de mato rasteiro e árvores retorcidas do cerrado em bus ca de espécies medicinais. Agora, eles têm a companhia de farmacêuticos, agrônomos, biólogos e botânicos, todos pesquisadores interessados em comprovar cientificamente o poder terapêutico de folhas, flores, frutos e cascas da plantação nativa de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Tocantins, parte do Pará, Piauí, Bahia e Distrito Federal, centro desse bioma que abriga mais de 10 mil espécies vegetais. De acordo com a Embrapa Cerrados, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a região é considerada um celeiro de produtos naturais para a fitoterapia — o uso terapêutico de plantas. Recente pesquisa da Universidade de Brasília (UnB) comprovou com teste em humanos o poder terapêutico do pequi.
“Hoje, nossas empresas farmacêuticas só manipulam princípios ativos importados. Futuramente, poderão também extrair essas substâncias de plantas do cerrado para doenças como malária”, acredita a farmacêutica Laila Salmen Espíndola, pesquisadora-chefe do Laboratório de Farmacognosia da UnB e responsável pela guarda de mais de 2 mil extratos secos de arbustos e árvores medicinais do cerrado.
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