quinta-feira, 17 de março de 2016

Lages, SC: Escola Itinerante participa de pesquisa sobre plantas medicinais

Foi montado um minilaboratório na comunidade, com uma caminhonete carregada com equipamentos tecnológicos e livros de métodos científicos, utilizados na execução das pesquisas

07/03/2016
Legenda: A Coxilha Rica foi escolhida por ter como foco a realidade da educação do campo (Foto: Nilton Wolff e divulgação do projeto)

Durante uma semana alunos da Escola Itinerante Maria Alice Wolff Souza, núcleo da localidade Fazenda do Baú, na Coxilha Rica, viveram experiências enriquecedoras. Pesquisadores vinculados ao Projeto Imagine, da Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc), em conjunto com instituições parceiras, desenvolveram o terceiro módulo na escola, com foco nos remédios a partir de plantas medicinais, intitulado “Remédios: como se sabe que faz bem?”.

O Imagine é um projeto de solidariedade internacional que visa à inclusão cientifica e o intercâmbio cultural entre os povos. Através dele, os pesquisadores levam conhecimentos elementares de ciência a comunidades de diferentes países, onde haja difícil acesso à educação formal e à informação científica.

Lages, mais especificamente a Coxilha Rica, foi escolhida entre os cinco países de abrangência do projeto por ter como foco a realidade da educação do campo. “Encerramos este ciclo muito motivados. Cumprimos nossa meta, que era desenvolver três módulos com temas diferentes em uma mesma escola”, afirma um dos mentores do projeto, André de Avila Ramos.

O Imagine já elaborou três módulos temáticos e cada um deles inicia sempre na Escola Itinerante de Lages, que, através da parceria com a universidade tem servido de teste a todas as atividades. Em 2013 foi realizado o primeiro, “DNA, Diversidade e Hereditariedade”. Em 2014 foi a vez do módulo “Energia”. E desta vez foi inaugurado o que trata de remédios, preparado por estudantes e professores da pós-graduação em farmacologia da Ufsc.Para a secretária de Educação, Marimilia Coelho, o projeto instiga a curiosidade e contribui de forma significativa para a aprendizagem dos alunos. “A relação entre teoria e prática oportuniza, além do conhecimento, a transformação do cidadão”, diz.

Conhecimento popular contribui com as pesquisas

Foi montado um minilaboratório na comunidade, com uma caminhonete carregada com equipamentos tecnológicos e livros de métodos científicos, utilizados na execução das pesquisas. Os estudantes envolveram-se totalmente no trabalho, transformando-se em verdadeiros cientistas por uma semana, realizando medições, discutindo e analisando resultados. “Foi uma troca de experiências muito rica, porque, apesar de estarmos estudando as plantas medicinais, não conhecemos toda a vegetação da região”, comenta André de Avila Ramos.

O intuito era que os próprios estudantes mostrassem algumas plantas que estivessem à sua volta, utilizadas como remédios. “Em 15 minutos eles encontraram quase 30 espécies diferentes. É conhecimento passado de geração para geração. Eles trouxeram esse saber de seus pais e avós e repassaram para os pesquisadores. Muitos medicamentos novos à base de plantas acabam vindo da cultura popular, através das comunidades tradicionais”, avalia.

Documentários e resultados disponíveis na internet

O projeto leva atividades científicas de qualidade, de forma prática, multidisciplinar e lúdica, a comunidades rurais e indígenas de diferentes países, com o objetivo de democratizaro conhecimento e despertar o gosto pela ciência entre jovens e professores que, sem esse projeto, teriam pouco ou nenhum acesso ao universo acadêmico. Além das ações em campo, os principais produtos do Projeto Imagine são um conjunto de ferramentas didáticas e uma série de documentários disponíveis pela internet de forma gratuita e em vários idiomas, para que qualquer pessoa possa acessar e usar livremente.

Além disso, informações e curiosidades científicas e culturais são frequentemente postadas nas páginas web, no endereço projetoimagine.ufsc.br e de Facebook.Entre os objetivos está, através do conhecimento, alargar horizontes e apresentar novas perspectivas de vida a jovens e adultos de comunidades remotas, contribuir para o despertar da curiosidade científica, para a preservação dos ambientes e culturas tradicionais.

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