quinta-feira, 17 de março de 2016

Radiações eletromagnéticas, parte III, artigo de Roberto Naime

[EcoDebate] Todos os organismos são sensíveis a energias eletromagnéticas. Sem energia nosso organismo não conseguiria sobreviver. Uma alteração ocasionada por uma radiação artificial pode produzir mudanças biológicas consideráveis em nossa saúde. Já há evidências, na Medicina, de que a exposição a campos eletromagnéticos de baixa frequência podem reduzir significantemente os níveis de melatonina no corpo.

Segundo RIBEIRO et. al. (2007) estudos da TNO (“Toegepast-Natuurwestenchappelijk Onderzoek” ou Organização pela Pesquisa Científica Aplicada) da Holanda, concluiu que, bastam apenas 45 minutos de exposição a uma radiação eletromagnética de 0,7 V/m (volt por metro) emitida por um aparelho celular, para se observar efeitos, inclusive graves, sobre a saúde.

O Eletromagnetismo trata da inter-relação entre campos elétricos e magnéticos variáveis no espaço e no tempo, bem como de sua propagação. As equações de Maxwell exprimem de forma concisa os fundamentos da teoria eletromagnética. As suas aplicações na geração, transporte e utilização de energia e de telecomunicações são imensas.

Os campos eletromagnéticos presentes em nosso dia a dia são relativamente baixos, porém se tivermos contato frequente com equipamentos como televisores, computadores, lavadoras, micro-ondas, dentre outros, nossa exposição torna-se bem maior. Os íons naturais do nosso organismo podem ser afetados por essas descargas elétricas provocadas por aparelhos domésticos.

Se assiste a uma proliferação de usinas de força, postes de eletricidade e antenas que vão invadindo a paisagem, formando estações geradoras de energia que atendem a uma demanda fenomenal por eletricidade no mundo.

Alguns acreditam que qualquer alteração na paisagem, como a intervenção nos rios, na terra, e também as construções, modificam o campo energético da Terra. Os radares e antenas parabólicas, as torres de transmissão de TV, rádio, telefones celulares se somam a uma verdadeira poluição eletromagnética.

Em casa, na escola e no trabalho há uma abundância de cabos, fios, aparelhos e acessórios que geram campos eletromagnéticos, e quer estejamos acordados ou dormindo, não temos, na área urbana, um lugar de refúgio.

RIBEIRO et. al. (2007) registram que no mundo inteiro, reputados cientistas, médicos, pesquisadores e epidemiologistas vêm estudando os possíveis efeitos dos campos eletromagnéticos extremamente baixos ou elevados. Estas pesquisas e experiências têm se tornado mais detalhadas, e as evidências sobre os possíveis efeitos nocivos só aumentam. Existe uma espécie de “liga-desliga” nos processos biológicos normais.

Os efeitos biológicos ocasionados pela radiação já vêm sendo estudados pela ciência há alguns anos. Está comprovado que a radiação ionizante, ou seja, aquela capaz de alterar o estado físico de um átomo, pode trazer consequências à saúde. Mas, sejam quais forem estas consequências, devemos minimizar o uso da energia, tomando medidas que evitem exposições desnecessárias a campos eletromagnéticos durante longos períodos.

Em 1864, o cientista James C. Maxwell comprovou, por meio de equações matemáticas, que um dado fluxo de cargas elétricas se movimentaria pelo espaço na forma de ondas de energias elétrica e magnética, com velocidade igual à da luz.

Então, concluiu-se que radiação é a propagação dessa energia eletromagnética através do meio físico ou do espaço, a partir de uma fonte emissora, denominada de “irradiador”.

Radiação vem do latim “radiatione”, que é o ato ou efeito de radiar. Em física é qualquer processo de emissão. Os efeitos da radiação enquanto propagação de energia, seja por intermédio de fenômenos ondulatórios, seja por meio de partículas dotadas de energia cinética, podem ser deletérios para os organismos.

Referências:

BRASIL. Constituição Federal, coletânea de legislação de direito ambiental. Org. Odete Medauar. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002. (RT-mini-códigos). Lei 6.938/1981 – Política Nacional do Meio Ambiente. p. 564 e566.

_______. Constituição Federal, coletânea de legislação de direito ambiental. Org. Odete Medauar. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002. Crimes Ambientais – Lei 9.605/1998. p. 371.

ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicações. Campos eletromagnéticos e saúde pública: Efeitos de EMF no meio ambiente. Folha de Informação. Fevereiro de 2005. Disponível em: . Acesso em: 27 de jun. 2007.

ABRANTES, Paulo César Coelho. Imagens de natureza, imagens de ciência. Campinas: Papirus, 1998. 247 p.

BRASIL. Constituição Federal, coletânea de legislação de direito ambiental. Org. Odete Medauar. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002.

BRAGA, Benedito; HESPANHOL, Ivanildo; CONEJO, João G. L. et al. Introdução à engenharia ambiental. 2ª ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002. 287 p.

DÉOUX, Suzanne; DÉOUX, Pierre. Ecologia é a saúde. O impacto da deterioração do ambiente na saúde. Lisboa : Instituto Piaget, p. 329 – 378,1996.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário da língua portuguesa. 1ª 31 revista tecnologia e sociedade ed. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, p. 527 -568 -1192. 1975.

FIORILLO, Celso Antônio Pacheco. Curso de direito ambiental brasileiro. 8.ed. ver., atual. E ampl. São Paulo: Saraiva, 2007. 554 p.

LANFREDI, Geraldo Ferreira. Política ambiental: busca de efetividade de seus instrumentos. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002. 300p.

LORRAIN, Paul; Dale Corson e François Lorrain. Campos e ondas eletromagnéticas. 3 ed. Fundação Calouste Gulbenkian, USA, p. 539 – 562, 1988.

MARCHESAN, Ana Maria Moreira. Implicações jurídicas das radiações eletromagnéticas emanadas das estações de rádio-base de telefonia celular. Revista de Direito Ambiental. Nº. 24. Coord. Antônio Herman V. Benjamin e Édis Milaré. Ano 6. Publicação Oficial do Instituto “O Direito por um Planeta Verde”. Ed. Revista dos Tribunais. p. 247-256,2001.

RIBEIRO, Edson Leite e PESSOA, Martha Bulcão OS EFEITOS DA RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA NA VIDA DO SER HUMANO : UMA ANÁLISE DO PARADIGMA AMBIENTAL Revista tecnologia e sociedade, v. 3, n. 5 (2007)

Dr. Roberto Naime, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.

Sugestão de leitura: Civilização Instantânea ou Felicidade Efervescente numa Gôndola ou na Tela de um Tablet [EBook Kindle], por Roberto Naime, na Amazon.

in EcoDebate, 17/03/2016
"Radiações eletromagnéticas, parte III, artigo de Roberto Naime," in Portal EcoDebate, ISSN 2446-9394, 17/03/2016, http://www.ecodebate.com.br/2016/03/17/radiacoes-eletromagneticas-parte-iii-artigo-de-roberto-naime/.

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