Apesar da origem vegetal, fitoterapia oferece riscos se automedicada
Brasília (DF) - A máxima popular que afirma ser bom para a saúde tudo o que é natural pode não ser totalmente verdade. O uso indiscriminado de medicamentos fitoterápicos pode ser nocivo à saúde, como qualquer outro produto, se usado incorretamente.
O termo “fitoterapia” deriva do grego therapeia, tratamento, e phyton, vegetal. Trata-se do estudo e aplicações de plantas medicinais na cura das doenças. Entretanto, a definição de medicamento fitoterápico é diferente de fitoterapia.
Os medicamentos fitoterápicos (extratos, tinturas, pomadas e cápsulas) têm como matéria-prima as plantas como folhas, caules, raízes, flores e sementes, com conhecido efeito farmacológico; contudo, são produtos industrializados. Já a fitoterapia é tida como uma ciência que engloba a farmacologia fitoterápica (industrial) e o uso popular das plantas (caseiro).
A fitoterapia dá a possibilidade de se utilizar uma única erva para tratar diferentes moléstias e tende a ser menos agressiva ao organismo. Outra vantagem é o fácil acesso do consumidor ao produto, seja por ser mais barato, seja pela grande disponibilidade de matéria-prima, seja pela própria cultura popular que dissemina seu uso ou seja pela falta de exigência de receita médica. E é aí que mora o perigo.
Segundo a chefe do Serviço de Endocrinologia do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF), Mônica Barros Costa, os riscos de problemas oriundos da automedicação com os fitoterápicos são menores do que com medicamentos alopáticos, aqueles considerados tradicionais. Entretanto, eles existem. “Na alopatia, o princípio ativo da medicação se dá em concentração mais alta do que na fitoterapia. Mas o risco existe nos dois casos”, alerta a médica.
Mônica Costa adverte ainda para os casos de consumo de substâncias em que não há comprovação científica de seus efeitos, sejam benéficos ou nocivos, ao corpo humano. “Se você [o médico] prescreve alguma coisa, tem que ser com embasamento cientifico, ver se foi pesquisado em nível mundial, ponderar risco e benefício, com garantia que o produto tenha passado por pesquisas e que seja eficiente”, pondera.
Em 1978, a Organização Mundial da Saúde reconheceu oficialmente o uso de fitoterápicos. Esses produtos industrializados devem ser registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Ministério da Saúde antes de serem comercializados.
Coordenadoria de Comunicação Social da Ebserh
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