[EcoDebate] RIBEIRO et. al. (2007) ressaltam e evidenciam que o ser humano sempre se esforçou em criar um ambiente que pudesse satisfazer suas necessidades, quer sejam materiais, espirituais, emocionais e intelectuais. Nossas cidades e construções, portanto, refletem os valores, mas também as contradições de nossa sociedade.
O crescimento populacional, associado a um desequilibrado e injusto sistema econômico e social, gera uma desorganizada ocupação do solo, com diversos tipos de construções mal planejadas e inadequadas para se morar. Tanto a falta de espaço, como a superpopulação e as questões econômicas, acabam propiciando consequências indesejáveis, tais como poluição, acúmulo de lixo e doenças.
Os cânceres e as alergias crônicas são alguns exemplos de males que se multiplicam nos últimos anos, e estes problemas podem estar associados às modificações no ambiente natural e às estruturas ambientais urbanas inadequadas. O fato é que se modifica o ambiente todo tempo, sem que ocorra refletir sobre o impacto destas alterações ambientais em nossas vidas.
A questão energética é de fundamental importância no contexto ambiental e de desenvolvimento sustentável. É nosso dever a busca de uma maior eficiência energética, evitando ao máximo os danos ambientais, de modo que haja um desenvolvimento sustentável, já que o setor energético produz impactos ambientais em toda sua cadeia de desenvolvimento, desde a captura de recursos básicos naturais até os usos finais de consumo.
RIBEIRO et. al. (2007) registram que nos últimos dez anos, tem ocorrido uma expansão do uso de equipamentos eletrônicos e elétricos que emitem muito calor em nossos locais de trabalho e em nossas casas (o computador, por exemplo, pode gerar dez vezes mais calor que o corpo humano).
Não ocorre questionar sobre os riscos das tecnologias à nossa saúde, se busca o conforto e a comodidade a qualquer preço, acostumando-nos e adaptando-nos lentamente a algo que pode nos trazer danos futuros ,como a chamada Síndrome do Sapo Cozido Um sapo pula dentro de uma panela com água que está sendo gradualmente aquecida.
À medida que a água vai esquentando, o sapo vai adaptando a temperatura de seu corpo à da água, e continua a adaptá-la quando a água esquenta ainda mais até que, finalmente, o sapo é cozido vivo. Portanto, essa capacidade de adaptação do ser humano ao meio ambiente modificado deve ser analisada e estudada conscientemente, a fim de que não fiquemos como o sapo, literalmente cozidos.
Tudo no universo independente de tamanho ou substância, emite um campo de energia. Faz-se assim, necessária, uma conceituação do que é a energia. Energia, do grego, “enérgeia”, é a maneira como se exerce uma força.
Em física é a propriedade de um sistema que lhe permite realizar trabalho. A energia pode ter várias formas como calorífica, cinética, elétrica, eletromagnética, mecânica, potencial, química ou radiante, transformáveis umas nas outras, e cada uma capaz de provocar fenômenos bem determinados e característicos nos sistemas físicos.
Em todas as transformações de energia há completa conservação, ou seja a energia não pode ser criada, mas apenas transformada. Este é o primeiro princípio da termodinâmica. A massa de um corpo pode-se transformar em energia, e a energia sob forma radiante pode transformar-se em um corpúsculo com massa.
A distribuição das radiações eletromagnéticas ocorre em função do comprimento de onda, desde os raios gama, de menor comprimento, até as ondas longas de rádio. As Radiações Eletromagnéticas são ondas provenientes de campos elétricos e magnéticos variantes no tempo, que não estão confinadas ou guiadas e se propagam no espaço.
Todo meio de comunicação que utiliza a antena para a difusão de informações submete-se às regras do direito de antena, no qual o espectro magnético constitui um processo de utilização de um bem ambiental. Constata-se, diante de experimentos físicos, que há uma variação ampla e contínua no comprimento e frequência das ondas eletromagnéticas. Concluiu-se que pelo ar viajam ondas magnéticas que transportam um número cada vez maior de sinais, como os de telefone, os de rádio e os de televisores.
Não imaginamos que em nossas vidas possam existir milhares de intensidades, amplitudes e frequências de ondas eletromagnéticas que vão e vêm carregando imagens e mensagens por toda parte no mundo. Particularmente nas cidades, este tráfego de ondas é ainda mais intenso. E, embora não possamos ver, estas ondas podem, também, atravessar a ionosfera terrestre, a mais de mil metros de altitude, e propagar-se pelo universo afora.
O eletromagnetismo é considerado, pelos cientistas, uma das forças fundamentais que compõem o universo, e mesmo não se conhecendo tudo sobre esse tipo de energia, ela tem sido amplamente utilizada e explorada (RIBEIRO et. al., 2007).
Depois que se descobriu que a onda eletromagnética pode propagar-se por longas distâncias, a tendência é de aperfeiçoar novas técnicas para carregar cada vez mais informações por maiores distâncias. A radiação, mesmo sendo um fenômeno único, é classificada pela ciência de acordo com o número de vezes que oscila em cada segundo, medida essa que se expressa em “Hertz” (Hz).
Referências:
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ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicações. Campos eletromagnéticos e saúde pública: Efeitos de EMF no meio ambiente. Folha de Informação. Fevereiro de 2005. Disponível em: . Acesso em: 27 de jun. 2007.
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FIORILLO, Celso Antônio Pacheco. Curso de direito ambiental brasileiro. 8.ed. ver., atual. E ampl. São Paulo: Saraiva, 2007. 554 p.
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RIBEIRO, Edson Leite e PESSOA, Martha Bulcão OS EFEITOS DA RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA NA VIDA DO SER HUMANO : UMA ANÁLISE DO PARADIGMA AMBIENTAL Revista tecnologia e sociedade, v. 3, n. 5 (2007)
Dr. Roberto Naime, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.
Sugestão de leitura: Celebração da vida [EBook Kindle], por Roberto Naime, na Amazon.
in EcoDebate, 16/03/2016
"Radiações eletromagnéticas, parte II, artigo de Roberto Naime," in Portal EcoDebate, ISSN 2446-9394, 16/03/2016, http://www.ecodebate.com.br/2016/03/16/radiacoes-eletromagneticas-parte-ii-artigo-de-roberto-naime/.
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