sábado, 20 de outubro de 2012

A fitoterapia e o lobby da indústria farmacêutica

Autor: Aracy P. S. Balbani

O Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos foi lançado em 2008 e conta com 12 plantas medicinais incorporadas aos tratamentos oferecidos pelo SUS.

Em junho deste ano o Ministério da Saúde anunciou o investimento de R$ 6,7 milhões na “aquisição de equipamentos e materiais, contratação de pessoal e qualificação técnica para promover a interação e a cooperação entre os agentes produtivos de plantas medicinais e fitoterápicos”. Os 12 municípios contemplados foram os que apresentaram projetos de produção e distribuição de plantas e fitoterápicos: Betim (MG), Botucatu (SP), Brejo da Madre de Deus (PE), Diorama (GO), Foz do Iguaçu (PR), Itapeva (SP), João Monlevade (MG), Pato Bragado (PR), Petrópolis (RJ), Rio de Janeiro (RJ), Santarém (PA) e Toledo (PR). Com isso, o Ministério procura incentivar o cultivo orgânico das plantas medicinais através da agricultura familiar.

Se bem sucedido, este Programa vai beneficiar milhões de brasileiros que estão acostumados a usar chás e outros preparados de plantas medicinais – nem sempre da forma e na dose corretas, por falta de orientação técnica – ou simplesmente não têm dinheiro para comprar remédios industrializados.

É bom lembrar que os gestores do SUS precisam aderir ao Programa para criar as farmácias vivas nos seus municípios e efetivar a fitoterapia de boa qualidade. Além disso, os próprios profissionais de saúde ainda têm dificuldade em prescrever tratamentos à base de plantas medicinais, possivelmente por não terem formação adequada no assunto e por serem influenciados pelo lobby da indústria farmacêutica. No Programa “Diálogos” da TV Unesp, a professora Raquel Moreira, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unesp em Araraquara, fala sobre isso e alerta para as reações indesejáveis que podem surgir quando as pessoas ingerem chás de plantas medicinais junto com remédios alopáticos. 

Com o poder econômico de várias empresas estrangeiras que atuam para patentear a biodiversidade brasileira e transformar plantas da Mata Atlântica, Cerrado, caatinga e Amazônia em medicamentos industrializados, precisamos ficar atentos.

Data: 20.10.2012
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