Edição 201 - Novembro de 2012
© OENOTHERA RICHARDSON/WIKIPEDIA
Sem mariposas, prímulas adiantam período de floração
Não há dúvida de que a ecologia e a evolução das plantas são profundamente influenciadas pelos insetos. Ninguém imaginava, entretanto, que a ausência deles pudesse modificar espécies de plantas a curto prazo. Uma equipe liderada pelo biólogo Anurag Agrawal, da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, monitorou durante cinco anos um campo com mais de 12 mil prímulas (Oenothera biennis), onde cresceram 18 variedades genéticas diferentes dessas flores amareladas. Metade do campo foi tratada com inseticida para proteger as plantas das mariposas que comem suas sementes (Science, 5 de outubro). A seleção natural agiu rápido. Após três ou quatro gerações, a maioria da população das plantas protegidas dos insetos perdeu várias das características que as ajudavam a se defender das mariposas. Aumentou o número das variedades que não produziam substâncias repelentes de insetos e das que floresciam no período em que o número de larvas de mariposas atinge seu pico. Proliferaram ainda as variedades de corpo maior, mais aptas a competir por espaço com uma espécie concorrente das prímulas, os dentes-de-leão, que também cresceram no campo, favorecidos pela ausência de insetos predadores. Os pesquisadores acreditam que a rapidez das mudanças observadas nesse experimento possa ser uma característica geral das interações entre outras espécies de insetos e plantas.
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