26.02.2013
Iniciativa é da secretaria estadual de Meio Ambiente
Jornal do Brasil Carolina Mazzi
Sob um forte sol e muito calor, o secretário estadual de Meio Ambiente, Carlos Minc inaugurou a Horta Orgânica da comunidade do Fogueteiro, no Rio Comprido, centro da cidade nesta terça-feira (26) ao lado de moradores e representantes de diversos projetos sociais. A iniciativa, que faz parte do projeto Comunidades Verdes, está presente em outras três favelas da cidade: Batan, Complexo do Alemão (Fazendinha) e Formiga.
"Nós estamos fornecendo os meios, a formação, que é nada mais do que nossa obrigação, para que estas pessoas possam seguir um caminho próprio de sucesso", salientou. "É preciso manter este diálogo também com as lideranças locais, para que entendamos quais as necessidades reais das comunidades. Muitas vezes se montam planos sem nem consultar os moradores", completou.
Uma destas lideranças é a presidente da Associação de Moradores do Fogueteiro, Cinthia Luna, também principal líder na implementação da horta. Junto com outras dez moradoras da favela ela exibiu, orgulhosa, as mudas de legumes, verduras, flores e árvores que começam a desabrochar no terreno, onde já funcionou um lixão. "Pretendemos consumir parte desta produção, mas queremos vender também. Além disso, estamos plantando algumas sementes de mata nativa para reflorestar a comunidade", contou.
O reflorestamento de ruas e calçadas é um dos principais alvos do projeto. Segundo Ingrid Gerolimich, superintendente da Secretaria, já foram escolhidos oito pontos no Fogueteiro para que as mudas sejam plantadas. "A idéia é fazer uma rua padrão, que possa servir de parâmetro para as demais", contou.
O terreno, que antes abrigava lixo, restos de animais e esgoto, agora renasce, com os primeiros brotos de feijão, mamão e outros alimentos, que nascem sem qualquer tipo de agrotóxico. "Acordamos todos os dias e regamos, cuidamos para que elas possam gerar bons frutos, em todos os sentidos. Isso daqui antes era horrível, agora vai virar um jardim", conta Viviane, uma das participantes do projeto.
"Transformar lixo em inclusão social" é o objetivo de Minc. "Agora queremos ampliar ainda mais os projetos, chegar em outras comunidades e aumentar as parcerias, para que estas mercadorias possam ser escoadas, gerando renda e emprego para os que participarem", afirma.
Ampliar os projetos
Na cerimônia, o secretário destacou a importância de ampliar projetos que levem cidadania aos moradores das comunidades pacificadas e a entender os limites de atuação das Unidades de Política Pacificadora (UPP). "Não podemos esperar que a polícia faça tudo, cada parte do governo tem que fazer sua contribuição para se inserir nestes locais", afirmou.
Minc também destacou os outros projetos apoiados pela sua secretaria, como a Fábrica Verde, a EcoModa, na Mangueira e o EcoBuffet. Todos, segundo ele, oferecem qualificação da mão de obra e parcerias com empresas do ramo.
Presidente da Associação de Moradores do Fogueteiro e líder do projeto, Cinthia Luna exibe com orgulho as mudas de feijão preto que começam a desabrochar
Enquanto lá do alto a horta progride, as contradições e os problemas típicos das comunidades cariocas persistem, e o Fogueteiro não é exceção: esgoto a céu aberto, problemas de falta d'água, luz elétrica vacilante e coleta de lixo instável atrapalham a vida dos moradores, que também sofrem com o transporte público precário. "Querem acabar com as vans aqui, mas não colocam nada no lugar", afirma uma morador.
"Apesar desta não ser da alçada do Meio Ambiente, estamos sempre atuando junto as secretarias responsáveis para que estes problemas sejam amenizados", afirma Ingrid.
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