sábado, 2 de março de 2013

Correntes da nutrição

Elaine de Azevedo

Além da alimentação orgânica existem muitas correntes e padrões alimentares. É importante mencionar que a dieta orgânica não exclui nenhum tipo de alimento, mas dá prioridade à origem dos alimentos como aspecto central de qualidade.

Abaixo, destacam-se algumas dessas propostas.

A linha do vegetarianismo exclui produtos de origem animal. Existem diferentes tipos de dietas vegetarianas: a ovolactovegetariana, que exclui o consumo de qualquer tipo de carne, mas prevê o consumo de ovos, leite e derivados; a lactovegetariana, que exclui carnes e ovos, mas o consumo de leite e derivados é permitido; a ovovegetariana, que exclui carnes e leite e derivados, mas o consumo de ovos é aceito; a vegetariana estrita (vegana ou vegan), que não inclui o consumo de nenhum alimento de origem animal, inclusive o mel.

A dieta crudista vem ganhando adeptos baseados na argumentação de que nossos ancestrais não ingeriam alimentos cozidos. Os seguidores da dieta crua comem apenas vegetais não cozidos, evitam carne de qualquer espécie, alimentos processados e refinados, laticínios, grãos de cereais, sal e açúcar. Já os adeptos do frugivorismo ingerem somente frutas - naturalmente cruas - consideradas as dádivas da natureza.

Na alimentação ayurvédica, o equilíbrio do corpo é vinculado a três tipos básicos de energia, denominados doshas: Vata, Pitta, Kapha. Os doshas referem-se às características constitucionais de cada indivíduo e na sua relação com o ambiente. O desequilíbrio destas energias, devido a excesso ou deficiência de um deles, pode levar o indivíduo a uma doença.

A dieta, essencialmente lactovegetariana, é ajustada a essas características individuais e espelha as necessidades mais profundas do indivíduo. A dieta ainda leva muito em consideração as especificidades locais da sua cultura de origem - a Índia e a sua religião predominante, o hinduísmo. Aspectos dos alimentos, tais como temperatura, sabor e outras características sensoriais, também são considerados na elaboração das dietas. Temperos e plantas medicinais são parte essencial da alimentação ayurvédica.

A alimentação na medicina tradicional chinesa é baseada no sistema dos cinco elementos (água, madeira, fogo, terra, metal), presentes na natureza e no ser humano, a partir dos quais todos os fenômenos naturais são classificados. Na dietoterapia chinesa a classificação entre Yin e Yang distingue os alimentos de acordo com sua natureza, sendo divididos como frios, frescos, neutros, mornos ou quentes. Além deste aspecto, a classificação dos cinco elementos atua sobre os alimentos, sendo que cada elemento corresponde a um sabor específico que determinam as recomendações individuais, dependendo de seu estado de saúde e seu equilíbrio.

Já a macrobiótica foi fundada por Ishisuka, no Japão, no fim do século 19, a partir da dieta tradicional japonesa. Esta corrente alimentar também se baseia na proposta de equilíbrio entre as energias Yin e Yang. A dieta enfatiza o consumo dos alimentos locais e a restrição de alimentos crus, de frutas, de leite e de carnes.

Admite-se o uso eventual de ovos caipiras, e de alguns tipos de peixes, além de algas, cereais integrais - especialmente o arroz - e alimentos tipicamente japoneses, como a abóbora hokkaido, o feijão azuki, o nabo fermentado, as folhas verdes, a bardana, o gergelim preto, o sal marinho, o shoyo, o tofu, o missô e a ameixa umeboshi. Esses alimentos fazem parte de uma dieta localmente adaptada ao japonês, como preconiza a macrobiótica

Na alimentação antroposófica, além da preocupação com a origem integral dos alimentos, enfatiza-se a origem biodinâmica, a qualidade e a vitalidade dos alimentos, o ritmo das refeiçoes e a prática lactovegetariana, considerando a retirada da carne como uma escolha individual, normalmente envolvida com aspectos de desenvolvimento espiritual.

A dieta probiótica foca na ingestão de cereais, sementes e grãos integrais, que devem perfazer 50% do total da dieta. As verduras cruas totalizam 30% dos alimentos consumidos diariamente, enquanto as frutas e alguns legumes cozidos, 15%. As carnes, o leite e derivados e os ovos perfazem somente 5% da dieta total. Pouca quantidade de açúcar e mel é permitida, assim como os temperos naturais (ervas, vinagre de arroz ou de maçã, azeites, sal marinho). Preconiza-se o jejum matinal com a ingestão restrita de líquidos até perto do meio-dia. A partir daí, o individuo deve fazer duas refeições principais: o almoço e o jantar. A frugalidade é estimulada e percebe-se que muitas das indicações utilizadas têm base na macrobiótica.

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