O metabolismo das plantas é dividido didaticamente em metabolismo primário e metabolismo secundário, mas, na realidade, não existe uma divisão exata entre estes dois tipos de metabolismo. Admite-se, porém, que os lipídios, as proteínas, os carboidratos e os ácidos nucléicos, que são comuns aos seres vivos e essenciais para a manutenção das células, são originados do metabolismo primário, enquanto as substâncias originadas a partir de rotas biossintéticas diversas, e que estão restritas a determinados grupos de organismos, são produtos do metabolismo secundário (Wink, 1990 apud Santos, 2001, Vickery & Vickery, 1981).
A breve revisão feita a seguir sobre o metabolismo vegetal, foi baseada em informações contidas em Vickery & Vickery (1981) e Santos (2001). Todo o metabolismo vegetal está condicionado aos processos fotossintéticos. Destes resultam todas as substâncias do metabolismo primário, as quais por sua vez irão originar os metabólitos secundários. As reações fotossintéticas podem ser agrupadas em duas categorias: reações de claro, nas quais a energia solar será absorvida por moléculas de clorofila e transferida destas para moléculas armazenadoras de energia (ATP e NADPH), e reações de escuro, nas quais as moléculas de ATP e NADPH servirão, respectivamente, como fonte de energia e força redutora no processo de fixação do CO2, o qual será convertido principalmente em glicose.
Através do metabolismo da glicose são formados praticamente todos os metabólitos primários e secundários. Esta é convertida em moléculas de ácido pirúvico que podem seguir duas vias diferentes. Na primeira, moléculas de piruvato entram na via do ácido chiqímico para formar todos os metabólitos secundários aromáticos (alcalóides indólicos, quinolínicos, isoquinolínicos, ligninas e lignanas, cumarinas e taninos hidrossolúveis). Na segunda, o piruvato continua sendo oxidado até a formação de moléculas de acetil-coenzima A (acetil-coA). Estas podem seguir três vias diferentes: via do ciclo do ácido cítrico, via do mevalonato e via da condensação do acetato, formando os chamados derivados do acetato. Entrando no ciclo do ácido cítrico, serão formados os alcalóides pirrolidínicos, tropânicos, pirrolizidínicos, piperidínicos e quinolizidínicos. A via do mevalonato origina os terpenóides e os esteróis, enquanto as acetogeninas resultam da condensação do acetato. A combinação de uma unidade do ácido chiquímico e uma ou mais unidades do acetato ou derivados destes, poderá resultar na produção de antraquinonas, flavonóides e dos taninos condensados.
Clique aqui para visualizar um esquema da rota metabólica vegetal.
Rejane Barbosa de Oliveira
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