15 de julho de 2013
Histórias fantásticas, pesadelos medonhos. Os sonhos ainda são um grande mistério para os campos da neurologia e da psicanálise e, por isso mesmo, despertam a curiosidade de muita gente, já que seus conteúdos surgem na mente em um momento de inconsciência.
Para o neurologista e professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, Rogério Beato, os sonhos são pensamentos que ocorrem durante o sono e vêm acompanhados de imagens mentais que aparecem em sequência, dando a ideia de uma narrativa. “Isso, caracteristicamente, acontece em uma fase do sono que chamamos de REM, mas é bom ressaltar que durante todo o sono existe algum tipo de atividade cognitiva”, explica.
O REM – sigla em inglês que significa movimento rápido dos olhos – é o último estágio do sono e ocorre cerca de noventa minutos depois que a pessoa adormece, alternando entre os outros estágios durante a noite: sonolência, fase intermediária e sono de ondas lentas. Ele é conhecido por ser a fase na qual as pessoas passam a ter sonhos mais complexos, mas Rogério Beato esclarece que, mesmo nas fases anteriores ao REM, é possível sonhar. “Nós sonhamos em repetição, então seria difícil lembrar tudo que aconteceu”. É por isso também que os sonhos que recordamos ocorrem, geralmente, na fase final da noite ou quando a pessoa está prestes a acordar.
Já sobre os sonhos dos bebês, o neurologista afirma que há controvérsias entre os pesquisadores da área. Alguns afirmam que por ser uma fase onde o sono auxilia no desenvolvimento cerebral do indivíduo, o bebê ainda não é capaz de sonhar. Por outro lado, há aqueles que defendem que, pelo fato da criança ter uma quantidade maior de sono REM, já que dorme mais do que os adultos, é provável que ocorram sonhos simples, ligados à percepção de estímulos maternos.
Conteúdo dos sonhos
De acordo com a psicanalista do Grupo de Estudos Psicanalíticos de Minas Gerais, Eliane de Andrade, os sonhos são a realização de desejos. “Todas as nossas experiências deixam em nós restos energéticos, que durante o dia deixamos de lado. Então à noite, quando nossa mente está livre, esses restos se juntam e formam os sonhos”, explica.
Eliane acrescenta que toda pessoa sonha, inclusive os indivíduos que nunca enxergaram. “Acredita-se que eles sonham auditivamente ou de uma forma tátil, ou seja, através de algum registro que eles tenham e que possa se juntar durante a noite e formar o equivalente a uma imagem para quem enxerga”, conclui a psicanalista.
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