O uso do pseudofruto da espécie vegetal Ananas comosus (L.) Merril – Bromeliaceae, o popularmente conhecido abacaxi, é muito difundido para problemas relacionados à síndrome metabólica (um dos principais marcadores do conjunto de fatores de risco de doenças cardiovasculares). Constituído principalmente por enzimas (bromelina), ácidos orgânicos (cítrico, málico), açúcares (glicose, frutose, pectina, levulose), vitaminas (carotenoides, ácido ascórbico, tiamina, riboflavina, piridoxina), ligninas, sais minerais (potássio, fósforo, ferro) ele diminui a viscosidade do sangue, minimizando a agregação plaquetária. A bromelina ajuda na recuperação da insuficiência cardíaca por isquemia/reperfusão, bloqueando a ativação e adesão de neutrófilos no endotélio, promovendo liberação de fatores de relaxamento do endotélio e eNO, sequestrando radicais livres. Ele normaliza também a motilidade intestinal em diabéticos e em quadros de inflamação intestinal, aumenta a sensibilidade à insulina em hepatócitos humanos e diminui a glicemia por diversos motivos prováveis. A inibição de espasmos intestinais induzidos por diversas substâncias espasmogênicas pela bromelina demonstrou-a como uma ferramenta eficaz em cólicas e diarreias em fisiopatologias tais como no diabetes. Deverá haver cautela ao associar essa espécie vegetal com anticoagulantes, antiplaquetários, fibrinolíticos, anti-inflamatórios não-esteroidais, corticoides, hipoglicemiantes. O uso dessa espécie vegetal na forma de preparações adequadas e de maneira racional promove efeitos sinérgicos farmacodinâmicos terapêuticos às mesmas classes terapêuticas onde se convém haver cautela ao associá-la. Poderá ser utilizado durante a gravidez, no entanto, o excesso e o uso rotineiro deverá ser evitado principalmente no último trimestre de gestação onde poderá haver a inibição das contrações uterinas por se tratar de um inibidor da ciclo-oxigenase 2.
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