terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Estudo alerta para mais secas e temporais numa Europa mais quente no final do século

A Europa provavelmente será um lugar muito mais quente no final do século, castigada por tempestades frequentes que atingirão todo o continente, que também sofrerá com ondas de calor e secas no sul, alertou um novo estudo publicado esta segunda-feira. Matéria da AFP, no UOL Notícias.

O Velho Continente pode registrar uma elevação média das temperaturas de 1 a 5 graus Celsius em 2100, destacaram os autores do estudo em um comunicado anunciando os resultados de uma análise climática feita ao longo de três anos por 27 instituições de pesquisa.

“Nós vemos que a Europa aquece a um ritmo mais acelerado do que a média global”, declarou à AFP o climatologista Robert Vautard, do Centro Nacional de Pesquisas Científicas (CNRS) francês, ao comentar as descobertas.

Segundo ele, em meados do século as temperaturas serão de 1 a 3 graus Celsius mais elevadas durante o verão no sul da Europa e de 1 a 4 graus Celsius mais elevadas durante o inverno no norte do continente.

Esses níveis são maiores do que a média de temperaturas globais projetada com base em cálculos do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), que a situam entre 0,5ºC e 2ºC no mesmo período.

Estas descobertas – um conjunto de simulações baseado em diferentes cenários de aquecimento global – foram publicadas em dois periódicos científicos e divulgadas nesta segunda-feira como uma ferramenta gratuita para desenvolvedores de políticas. Elas foram promovidas pelo grupo Experimentos Regionais em Pequena Escala Coordenados (CORDEX, na sigla em inglês).

Uma descoberta chave, disse Vautard, foi a probabilidade de chuvas mais intensas em toda a Europa, “o que significa dizer temporais mais frequentes”.

“Outra forte conclusão é um aumento projetado das ondas de calor na Europa do sul e central”, com secas mais frequentes, afirmou.

Vautard disse que as simulações do CORDEX permitiriam planejar a resposta ao impacto climático em uma escala muito localizada, com um espaçamento entre os pontos do mapa de cerca de 12 km, em comparação com o espaçamento de 100 a 200 km, mais comumente usado em projeções climáticas como esta.

Os países membros da ONU estão negociando um novo acordo para tentar limitar a elevação da temperatura média global a 2ºC com base em níveis pré-industriais, uma meta que muitos cientistas afirmam estar fora de alcance.

Os cientistas afirmam que a humanidade precisa reduzir drasticamente as emissões de gases de efeito estufa derivadas da combustão de combustíveis fósseis para evitar os piores efeitos das mudanças climáticas: mais tempestades severas, secas e uma elevação do nível do mar capaz de provocar grandes inundações.

alu-mlr/dh/mvv/dm


EcoDebate, 03/12/2013

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