18.04.2013
O projeto é resultado da primeira Hackaton de dados educacionais, uma maratona hacker organizada pelo Inep para que fosse produzidos aplicativos, softwares ou análises sobre a situação da educação no país a partir da base de dados do instituto. (Reprodução)
Pais, professores, estudantes, gestores públicos ou qualquer pessoa interessada em saber como está a situação de uma escola pública têm uma nova ferramenta para fazer essa consulta – e também cobrar por resultados. Está no ar o portal Escola que Queremos que une informações de diversas bases de dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) para trazer um panorama detalhado de cada uma das escolas públicas do país.
O projeto é resultado da primeira Hackaton de dados educacionais, uma maratona hacker organizada pelo Inep para que fossem produzidos aplicativos, softwares e análises sobre a situação da educação no país a partir da base de dados do instituto. O Escola que Queremosficou com o primeiro lugar da disputa, realizada no último final de semana.
O principal indicador da qualidade do ensino no país utilizado atualmente é o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Ele é composto a partir de dois principais insumos: o nível de aprendizado dos alunos em português e matemática, medidos por avaliações aplicadas pelo Inep, e a taxa de aprovação. A ideia do grupo que produziu o sistema é dar mais subsídios para o pai ou professor poder avaliar a condição de uma escola.
“O Ideb é uma referência importante, mas insuficiente para ser usado para medir a qualidade da educação da forma como se tem feito hoje. Nosso objetivo era tornar acessíveis informações que permitam as avaliar a escola por outros aspectos relevantes”, explica Fernanda Campagnucci. Ela faz parte da equipe que desenvolveu o projeto junto com Vítor Baptista, Adriano Bonat, Luis Felipe Serrão e Pedro Guimarães
Ao consultar o sistema o usuário pode conferir, além do Ideb, informações sobre quatro dimensões. A primeira é a a infraestrutura: se a escola tem ou não biblioteca, sala de informática, quadra de esportes, acesso a água, luz e rede de esgoto. Também há dados sobre o funcionamento da escola – se a unidade tem merenda de qualidade e livro didático para todos, por exemplo, sobre a participação da comunidade nas decisões que são tomadas pela direção e sobre a formação da equipe de professores. Ainda é possível comparar a situação da unidade com a de outras escolas do município, estado ou com a média nacional.
Todas os dados foram retirados do questionário socioeconômico da Prova Brasil, uma série de perguntas que professores, diretores e alunos respondem quando é aplicada a avaliação do Inep.
“Há muito dado coletado nos questionários da Prova Brasil, mas pouco se usa deles para avaliar a escola. O Escola Que Queremos amplia essa noção de qualidade ao mostrar outros elementos para além do Ideb. Isso qualifica a demanda por direito humano à educação, ou seja, as pessoas podem passar a reivindicar demandas concretas por qualidade ao ter consciência sobre o que significa qualidade da educação”, diz Fernanda.
O projeto também tem como objetivo estimular a mobilização social. Após consultar os dados de uma escola, o usuário pode clicar no botão “Entre em ação!” que traz informações sobre como reivindicar melhorias junto ao governo municipal ou estadual.
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