quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Coca-Cola é implicada em conflito territorial indígena no Brasil

O chefe da comunidade guarani de Jata Yvary, no Mato Grosso do Sul, lançou um apelo para tentar recuperar as terras ancestrais de seu povo. Foto:Sarah Shenker/Survival

Os índios guarani do Brasil fizeram um apelo para que a empresa Coca-Cola pare de comprar açúcar do gigante americano do setor agroalimentar Bunge, implicado em um conflito territorial, segundo um comunicado divulgado nesta segunda-feira, 16 de dezembro de 2013, pela ong Survival International.

A Survival International indica no texto que um recente relatório da organização internacional Oxfam revelou que a Coca-Cola compra açúcar da Bunge, que por sua vez compra cana de açúcar produzida em terras indígenas espoliadas.

“Coca-Cola tem que parar de comprar açúcar da Bunge. Enquanto essas companhias prosperam, nós sofremos com a fome, a miséria e os assassinatos”, disse um porta-voz dos índios guarani.

De acordo com o comunicado da Survival International, os 370 integrantes da comunidade de Jata Yvary, no estado do Mato Grosso do Sul, perderam a posse de suas terras ancestrais, ocupadas por plantações de cana de açúcar. Atualmente eles vivem em uma pequena parcela de terra cercada por canaviais para produção de biocombustível.

A ong denuncia que os guaranis sofrem de problemas de saúde causados pela pulverização de pesticidas sobre as plantações e perderam as florestas das quais dependiam para sua sobrevivência.

A Coca-Cola se comprometeu recentemente a aplicar a política da Oxfam de “tolerância zero” em relação à espoliação de terras, e a “reconhecer e proteger o direito das comunidades e dos povos tradicionais ao acesso à terra e aos recursos naturais”.

“Se o compromisso da Coca-Cola é para ser levado a sério, a companhia deve parar de comprar açúcar da Bunge. Enquanto continuar, seu compromisso contra a espoliação de terras não terá nenhum significado”, disse Stephen Corry, diretor da ong Survival International.

Matéria na RFI, reproduzida pelo EcoDebate, 19/12/2013

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