sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Permacultura - 2

Ética da Permacultura

Cuidar do planeta : implica em cuidar de todos os seres, vivos ou não. Solos, atmosfera, florestas e micro-habitats, animais e águas exigem atividades inofensivas e reabilitantes, conservação ativa, uso dos recursos de forma ética e estilo de vida correto.

Cuidar das pessoas: respeitando as próprias exigências do Planeta, o cuidado com os seres humanos será uma consequência.. Necessidades como a alimentação, abrigo, educação, trabalho satisfatório e contato humano saudável devem ser supridos. O ser humano, responsável pelos impactos que o Planeta pode sofrer, precisa estar equilibrado para que os reflexos de suas atitudes sejam positivos.

Compartilhar informações, dinheiro e tecnologias para atingir esses fins. 

Algumas dicas destacadas do livro “Introdução à Permacultura”, de Bill Mollison sobre as maneiras de se cuidar do planeta: 

Pensar, a longo prazo, sobre as consequências de nossas ações. Planejar para a sustentabilidade;

Onde possível, utilizar espécies nativas da área, ou aquelas adaptadas sabidamente benéficas. A introdução impensada de espécies potencialmente invasoras podem romper o balanço natural da área;

Cultivar a menor área de terra possível. Planejar sistemas intensivos, eficientes em energia e em pequena escala, em oposição aos sistemas extensivos, de grande escala e alto consumo energético;

Praticar a diversidade por meio de policulturas (cultivo de várias espécies juntas). Isso trás estabilidade e ajuda nas mudanças ambientais ou sociais;

Considerar a energia economizada como sendo parte da produção;

Utilizar sistemas biológicos e ambientais de baixo consumo energético para conservar e gerar energia;

Trazer a produção de alimentos de volta às cidades e vilarejos.

Ajudar as pessoas a se tornarem auto-suficientes e promover a responsabilidade comunitária;

Reflorestar a Terra e restaurar a fertilidade do solo;

Utilizar tudo até o máximo e reciclar todos os detritos;

Ver soluções, não problemas.

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Princípios, Estratégias, Técnicas 

Quanto mais se aproxima da natureza, menos esforço se faz.

A diversificação garante a estabilidade.

A estabilidade vem quando se fecham os ciclos.

Todo sistema deve produzir mais energia do que consome.

É mais barato prevenir emergências que enfrentá-las.

Visa-se cooperação em vez de competição e integração em vez de fragmentação.Para se planejar um sistema de auto-sustento, é preciso clareza nos princípios de base que norteiam o trabalho. Na Permacultura, um dos princípios é a cooperação e outro princípio fundamental para projetar um sistema sustentável é o do respeito pela sabedoria da Natureza, que desenvolveu um sistema perfeito para cada lugar. 

Então qualquer projeto começa com a observação aguçada da natureza do local. 

Assim, do princípio(respeito pela sabedoria da Natureza) surge a estratégia (observar e copiar a Natureza), da qual surgirão as inúmeras técnicas, que podem ser emprestadas de outras situações similares, ou criadas no local. 

Em resumo, o princípio é o porquê de fazer, p. exemplo, um muro naquele lugar, daquele jeito. Sem princípios claros, as mesmas técnicas podem ser tanto benéficas quanto destrutivas. A estratégia é saber onde e quando fazer o muro (a técnica dentro do espaço e do tempo). As técnicas são os materiais que se usam para a construção do muro e como montá-los. 

Por este motivo, o treinamento em Permacultura depende mais do ensinar a observar e tirar conclusões a respeito de uma situação, com algumas estratégias básicas mais universais que podem se aplicar em qualquer situação. As técnicas são muitas dentro da literatura e estão longe de esgotar as possibilidades de cada lugar. Entendendo as estratégias, qualquer pessoa pode avaliar ou criar a técnica apropriada para determinada situação. 

As possibilidades de cada lugar são infinitas e é o homem que define o propósito, que dá o impulso. Uma vez dado o impulso, a Natureza equilibra e o homem observa e ajusta suas ações pelo retorno recebido da Natureza. Assim, desenvolve-se uma verdadeira parceria de cooperação entre os dois.

Por este motivo, é imprescindível uma intenção clara para cada projeto. 

A Lei da Otimização da Vida 

Segundo Bill Mollison, os princípios de um projeto permacultural devem considerar a ecologia, a conservação de energia, o paisagismo e a ciência ambiental. Em resumo: 

Localização relativa: cada elemento é posicionado em relação a outro, de forma que auxiliem-se mutuamente;

Cada elemento executa muitas funções;

Cada função importante é apoiada por muitos elementos;

Planejamento eficiente do uso de energia para casa e assentamentos;

Preponderância do uso de recursos biológicos sobre o uso de combustíveis fósseis;

Reciclagem de energias (humana e combustível)

Utilização e aceleração da sucessão natural de plantas, visando o estabelecimento de sítios e solos favoráveis;

Policultura e diversidade de espécies benéficas, objetivando um sistema produtivo e interativo;

Utilização de bordas e padrões naturais para um melhor efeito.Tomar o ecossistema como modelo de: 

biodiversidade
densidade
verticalidade
sucessão
funções
relações
fluxos
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O permacultor procura:

Reflorestar o planeta Terra;

Trabalhar com a natureza e não contra ela;

Mudar o mínimo possível no ambiente, para obter o máximo de efeito;

Perceber os dois lados de uma situação: é a maneira como a percebemos que a torna benéfica ou não;

Perceber as muitas formas de funcionamento que os elementos têm num sistema. O único limite está em nossa própria criatividade e conhecimento;

Focar em soluções e não em problemas;

Criar soluções;

Trabalhar onde for mais efetivo;

Cooperar e não competir;

Minimizar a demanda de energia e manutenção de seu sistema, maximizando o ganho;

Trazer a produção de alimentos de volta às cidades;

Auxiliar as pessoas a serem mais auto-confiantes;

Criar sistemas que sejam ecologicamente corretos e economicamente viáveis, que forneçam suas próprias necessidades, não poluam, não destruam, e assim sejam sustentáveis e duráveis.

Como fazer: 

Temos exemplos práticos de que é possível fazer permacultura no dia-a-dia, mesmo que não tenhamos um sítio ou um grande quintal para cultivar, nem possamos (ainda) construir nossa própria casa ecológica. 

1 – Fique em contato com a natureza 

Observe os pássaros, as árvores, rios e ribeirões que passam por sua vizinhança, olhe para o céu e perceba as diferentes fases da lua, acompanhe as mudanças que ocorrem no ambiente a cada estação do ano. 

Ainda que você more em um apartamento ou um pequeno barracão, você pode plantar para o seu consumo - ervas medicinais, temperos, especiarias, verduras e legumes e - por que não? - algumas frutíferas.

Para isso, pode usar jardineiras, vasos e caixotes de madeira ou aproveitar garrafas PET ou outras embalagens reutilizáveis. Nem é preciso fazer curso de horticultura. Sempre tem alguém por perto para ajudar com informações. 

2 – Gaste seu dinheiro localmente 

Antes de correr para garantir a oferta da semana no maior supermercado da cidade ou aproveitar a liquidação daquela grande cadeia de lojas, olhe à sua volta. Provavelmente vai encontrar na vizinhança de sua casa ou de seu trabalho pequenos comerciantes, produtores e artesãos fornecedores de alimentos, produtos de limpeza, roupas etc. Em geral são produtos feitos e embalados de maneira caseira, que não produz impactos ambientais como acontece com a maioria dos produtos industrializados, muitos deles importados. Mais de 90% do dinheiro gasto em produtos comercializados por pessoas da comunidade permanecem na própria comunidade.

3 – Consuma com consciência 

Quantas coisas são consumidas desnecessariamente no mundo de hoje? A começar pelas infalíveis sacolinhas de plástico oferecidas em todas as lojas e supermercados, mesmo que seja para carregar volumes pequenos, que cabem facilmente nos bolsos e bolsas. E aqueles bens de consumo “duráveis” (como eletrodomésticos, eletroeletrônicos, automóveis, computadores e outras máquinas) que as pessoas são levadas a trocar a cada ano por um modelo “melhor”? E quando se trata de água, de energia elétrica e de combustíveis? 

Quanta água é desperdiçada diariamente em cada casa – principalmente nas cidades?

Enquanto a água da chuva escorre sem aproveitamento, quanta gente tem de andar quilômetros carregando balde na cabeça para buscar água para beber? 

Tudo isso gera um impacto ambiental enorme que não é considerado quando se calcula o valor do produto. Imagine o imenso custo para a Natureza se recuperar dos impactos de uma usina hidrelétrica, de um oleoduto, de uma mineração de ferro, bauxita, calcário e outros minerais que são matérias-primas para inúmeros produtos que estão em nossa casa etc.

Mudança de hábitos 

Antes de se sentir culpado por suas escolhas, tente adotar práticas simples de consumo sustentável. Aumente o número de vezes que sai de casa a pé ou de bicicleta; adote uma sacola de compras e dispense as sacolinhas de plástico que lhe oferecerem; se tiver de andar de carro, procure oferecer carona; se ainda não faz isso, mantenha fechada a torneira enquanto escova os dentes ou ensaboa os pratos e apague a luz quando não tiver ninguém em um cômodo; quando fizer uma compra, pense duas vezes se o produto realmente vai melhorar sua vida ou se vai apenas satisfazer uma ansiedade momentânea.

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