Ética da Permacultura
Cuidar do planeta : implica em cuidar de todos os seres, vivos ou não. Solos, atmosfera, florestas e micro-habitats, animais e águas exigem atividades inofensivas e reabilitantes, conservação ativa, uso dos recursos de forma ética e estilo de vida correto.
Cuidar das pessoas: respeitando as próprias exigências do Planeta, o cuidado com os seres humanos será uma consequência.. Necessidades como a alimentação, abrigo, educação, trabalho satisfatório e contato humano saudável devem ser supridos. O ser humano, responsável pelos impactos que o Planeta pode sofrer, precisa estar equilibrado para que os reflexos de suas atitudes sejam positivos.
Compartilhar informações, dinheiro e tecnologias para atingir esses fins.
Algumas dicas destacadas do livro “Introdução à Permacultura”, de Bill Mollison sobre as maneiras de se cuidar do planeta:
Pensar, a longo prazo, sobre as consequências de nossas ações. Planejar para a sustentabilidade;
Onde possível, utilizar espécies nativas da área, ou aquelas adaptadas sabidamente benéficas. A introdução impensada de espécies potencialmente invasoras podem romper o balanço natural da área;
Cultivar a menor área de terra possível. Planejar sistemas intensivos, eficientes em energia e em pequena escala, em oposição aos sistemas extensivos, de grande escala e alto consumo energético;
Praticar a diversidade por meio de policulturas (cultivo de várias espécies juntas). Isso trás estabilidade e ajuda nas mudanças ambientais ou sociais;
Considerar a energia economizada como sendo parte da produção;
Utilizar sistemas biológicos e ambientais de baixo consumo energético para conservar e gerar energia;
Trazer a produção de alimentos de volta às cidades e vilarejos.
Ajudar as pessoas a se tornarem auto-suficientes e promover a responsabilidade comunitária;
Reflorestar a Terra e restaurar a fertilidade do solo;
Utilizar tudo até o máximo e reciclar todos os detritos;
Ver soluções, não problemas.
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Princípios, Estratégias, Técnicas
Quanto mais se aproxima da natureza, menos esforço se faz.
A diversificação garante a estabilidade.
A estabilidade vem quando se fecham os ciclos.
Todo sistema deve produzir mais energia do que consome.
É mais barato prevenir emergências que enfrentá-las.
Visa-se cooperação em vez de competição e integração em vez de fragmentação.Para se planejar um sistema de auto-sustento, é preciso clareza nos princípios de base que norteiam o trabalho. Na Permacultura, um dos princípios é a cooperação e outro princípio fundamental para projetar um sistema sustentável é o do respeito pela sabedoria da Natureza, que desenvolveu um sistema perfeito para cada lugar.
Então qualquer projeto começa com a observação aguçada da natureza do local.
Assim, do princípio(respeito pela sabedoria da Natureza) surge a estratégia (observar e copiar a Natureza), da qual surgirão as inúmeras técnicas, que podem ser emprestadas de outras situações similares, ou criadas no local.
Em resumo, o princípio é o porquê de fazer, p. exemplo, um muro naquele lugar, daquele jeito. Sem princípios claros, as mesmas técnicas podem ser tanto benéficas quanto destrutivas. A estratégia é saber onde e quando fazer o muro (a técnica dentro do espaço e do tempo). As técnicas são os materiais que se usam para a construção do muro e como montá-los.
Por este motivo, o treinamento em Permacultura depende mais do ensinar a observar e tirar conclusões a respeito de uma situação, com algumas estratégias básicas mais universais que podem se aplicar em qualquer situação. As técnicas são muitas dentro da literatura e estão longe de esgotar as possibilidades de cada lugar. Entendendo as estratégias, qualquer pessoa pode avaliar ou criar a técnica apropriada para determinada situação.
As possibilidades de cada lugar são infinitas e é o homem que define o propósito, que dá o impulso. Uma vez dado o impulso, a Natureza equilibra e o homem observa e ajusta suas ações pelo retorno recebido da Natureza. Assim, desenvolve-se uma verdadeira parceria de cooperação entre os dois.
Por este motivo, é imprescindível uma intenção clara para cada projeto.
A Lei da Otimização da Vida
Segundo Bill Mollison, os princípios de um projeto permacultural devem considerar a ecologia, a conservação de energia, o paisagismo e a ciência ambiental. Em resumo:
Localização relativa: cada elemento é posicionado em relação a outro, de forma que auxiliem-se mutuamente;
Cada elemento executa muitas funções;
Cada função importante é apoiada por muitos elementos;
Planejamento eficiente do uso de energia para casa e assentamentos;
Preponderância do uso de recursos biológicos sobre o uso de combustíveis fósseis;
Reciclagem de energias (humana e combustível)
Utilização e aceleração da sucessão natural de plantas, visando o estabelecimento de sítios e solos favoráveis;
Policultura e diversidade de espécies benéficas, objetivando um sistema produtivo e interativo;
Utilização de bordas e padrões naturais para um melhor efeito.Tomar o ecossistema como modelo de:
biodiversidade
densidade
verticalidade
sucessão
funções
relações
fluxos
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O permacultor procura:
Reflorestar o planeta Terra;
Trabalhar com a natureza e não contra ela;
Mudar o mínimo possível no ambiente, para obter o máximo de efeito;
Perceber os dois lados de uma situação: é a maneira como a percebemos que a torna benéfica ou não;
Perceber as muitas formas de funcionamento que os elementos têm num sistema. O único limite está em nossa própria criatividade e conhecimento;
Focar em soluções e não em problemas;
Criar soluções;
Trabalhar onde for mais efetivo;
Cooperar e não competir;
Minimizar a demanda de energia e manutenção de seu sistema, maximizando o ganho;
Trazer a produção de alimentos de volta às cidades;
Auxiliar as pessoas a serem mais auto-confiantes;
Criar sistemas que sejam ecologicamente corretos e economicamente viáveis, que forneçam suas próprias necessidades, não poluam, não destruam, e assim sejam sustentáveis e duráveis.
Como fazer:
Temos exemplos práticos de que é possível fazer permacultura no dia-a-dia, mesmo que não tenhamos um sítio ou um grande quintal para cultivar, nem possamos (ainda) construir nossa própria casa ecológica.
1 – Fique em contato com a natureza
Observe os pássaros, as árvores, rios e ribeirões que passam por sua vizinhança, olhe para o céu e perceba as diferentes fases da lua, acompanhe as mudanças que ocorrem no ambiente a cada estação do ano.
Ainda que você more em um apartamento ou um pequeno barracão, você pode plantar para o seu consumo - ervas medicinais, temperos, especiarias, verduras e legumes e - por que não? - algumas frutíferas.
Para isso, pode usar jardineiras, vasos e caixotes de madeira ou aproveitar garrafas PET ou outras embalagens reutilizáveis. Nem é preciso fazer curso de horticultura. Sempre tem alguém por perto para ajudar com informações.
2 – Gaste seu dinheiro localmente
Antes de correr para garantir a oferta da semana no maior supermercado da cidade ou aproveitar a liquidação daquela grande cadeia de lojas, olhe à sua volta. Provavelmente vai encontrar na vizinhança de sua casa ou de seu trabalho pequenos comerciantes, produtores e artesãos fornecedores de alimentos, produtos de limpeza, roupas etc. Em geral são produtos feitos e embalados de maneira caseira, que não produz impactos ambientais como acontece com a maioria dos produtos industrializados, muitos deles importados. Mais de 90% do dinheiro gasto em produtos comercializados por pessoas da comunidade permanecem na própria comunidade.
3 – Consuma com consciência
Quantas coisas são consumidas desnecessariamente no mundo de hoje? A começar pelas infalíveis sacolinhas de plástico oferecidas em todas as lojas e supermercados, mesmo que seja para carregar volumes pequenos, que cabem facilmente nos bolsos e bolsas. E aqueles bens de consumo “duráveis” (como eletrodomésticos, eletroeletrônicos, automóveis, computadores e outras máquinas) que as pessoas são levadas a trocar a cada ano por um modelo “melhor”? E quando se trata de água, de energia elétrica e de combustíveis?
Quanta água é desperdiçada diariamente em cada casa – principalmente nas cidades?
Enquanto a água da chuva escorre sem aproveitamento, quanta gente tem de andar quilômetros carregando balde na cabeça para buscar água para beber?
Tudo isso gera um impacto ambiental enorme que não é considerado quando se calcula o valor do produto. Imagine o imenso custo para a Natureza se recuperar dos impactos de uma usina hidrelétrica, de um oleoduto, de uma mineração de ferro, bauxita, calcário e outros minerais que são matérias-primas para inúmeros produtos que estão em nossa casa etc.
Mudança de hábitos
Antes de se sentir culpado por suas escolhas, tente adotar práticas simples de consumo sustentável. Aumente o número de vezes que sai de casa a pé ou de bicicleta; adote uma sacola de compras e dispense as sacolinhas de plástico que lhe oferecerem; se tiver de andar de carro, procure oferecer carona; se ainda não faz isso, mantenha fechada a torneira enquanto escova os dentes ou ensaboa os pratos e apague a luz quando não tiver ninguém em um cômodo; quando fizer uma compra, pense duas vezes se o produto realmente vai melhorar sua vida ou se vai apenas satisfazer uma ansiedade momentânea.
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