quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Método de contação de histórias diverte e ajuda a curar

Foto: Deborah Jaffe/CorbisOs animais da floresta ainda dormiam quando o sol apareceu e o galo despertou. Para saudar o novo dia, a ave estufou as penas, espichou o pescoço, abriu bem o bico e... rugiucomo um leão. A partir daí, ficou tudo trocado na floresta: o elefante fez o som da cobra, o papagaio soou como se tivesse uma tromba e a girafa passou a cocoricar. O enredo, presente no livro “A girafa que cocoricava”, é um dos que mais agradam a garotada no projeto de contação de histórias do Hospital Federal de Bonsucesso, no Rio de Janeiro.


A atividade é feita às segundas, terças e quintas-feiras, com crianças internadas na enfermaria ou no ambulatório da pediatria, as que fazem hemodiálise e as que recebem atendimento na emergência. Ao todo, quatro estagiárias, uma técnica em assuntos educacionais, uma pedagoga e três voluntárias participam do projeto.

Segundo Luciana Eufrázio, técnico em assuntos educacionais do hospital, a ação tem um caráter lúdico e educativo, que auxilia no tratamento. “Através da contação de histórias, a gente consegue amenizar o período que a criança está no hospital, melhorar o humor e pode também vir a ajudá-la a compreender melhor o que está acontecendo”.

A equipe aproveita a interação e participação dos pequenos para abordar de forma leve assuntos como controle do açúcar (no caso de pacientes com diabete), dengue, higienização das mãos, cuidado com a saúde bucal, entre outros.“Às vezes, até questões com relação à resistência a algum tratamento a gente pode trabalhar através da história, para que a criança compreenda melhor o que está sendo feita para ela”, explica.

A escolha das histórias leva em conta a idade (que, normalmente, varia de dois a 11 anos) e o quadro clínico dos pacientes. “Recentemente, tivemos o caso de uma criança com depressão. Nossa proposta para ela foi de situações de amizade, sobre a importância de estar bem com o outro, da convivência com o outro. E, nesse caso, evitamos histórias com coisas que possam provocar medo”.

A equipe do projeto costuma optar por leituras curtas e, dependendo do público, pode levar fantoches e livros grandes, com muitas figuras. “Nossa atividade precisa começar em um momento específico, de modo que não atrapalhe a rotina do atendimento da criança, seja no ambulatório ou na enfermaria. Então, a gente evita livros muito longos”, afirma. Um exemplo é “Menina bonita do laço de fita”, uma história de Ana Maria Machado sobre um coelhinho branco que se apaixona por uma menina negra e, por isso, tenta escurecer os pelos com jabuticabas, café, tinta e feijoada.

Outros livros que agradam os jovens pacientes são os clássicos dos Irmãos Grimm “João e Maria”, “O lobo e os sete cabritinhos” e “Chapeuzinho vermelho”. “Quando termina a atividade a gente já tem retorno da criança, de quanto foi positivo, do que elas mais gostaram. São histórias curtas, mas que fazem muito sucesso”, afirma Luciana.

Fonte: Luís Felipe Sardenberg / Comunicação Interna/Agência Saúde


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