Um estudo recentemente publicado no periódico The Journal of Neuroscience comprovou que a dihidromiricetina, um flavonoide extraído da planta asiática Hovenia dulcis, tem propriedades farmacológicas anti-álcool, podendo ser considerado um novo candidato terapêutico para o tratamento do alcoolismo.
A Hovenia dulcis é utilizada há milênios na Ásia como remédio para a ressaca. No Brasil, é conhecida popularmente como uva-do-japão, banana-do-japão, cajueiro-japonês, gomari, chico-magro, pé-de-galinha, entre outros; e é muito utilizada na arborização urbana.
O estudo, conduzido na Universidade da Califórnia (EUA), demonstrou que a dihidromiricetina diminui os efeitos do álcool em ratos, por inibir a ação do mesmo sobre os receptores cerebrais GABAA.
A ativação dos receptores GABAA é o principal mecanismo de ação do álcool, responsável pelos seus efeitos farmacológicos e comportamentais. Ao inibir a ligação do etanol a estes receptores, a dihidromiricetina age contra a intoxicação alcoólica aguda, bem como os sintomas de abstinência em ratos, incluindo tolerância, ansiedade e convulsões. Além disso, outro resultado notável foi a redução voluntária no consumo de álcool pelos animais.
Segundo os autores do estudo, o próximo passo será avaliar os efeitos da dihidromiricetina em humanos.
Shen Y et al (2012). Dihydromyricetin as a novel antialcohol intoxication medication. Journal of Neuroscience 32(1):390-401.
Texto extraído do Boletim PLANFAVI n. 22, abril a junho, 2012
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